15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ARTRITE REATIVA PÓS ESTREPTOCÓCICA: relato de caso

Introdução/Fundamentos

A artrite reativa é uma forma de inflamação articular, não purulenta aguda, complicando uma infecção em outra parte do corpo. A artrite reativa pós-estreptocócica (ARPE) geralmente, desenvolve-se no período de 10 dias após uma infeção de garganta, afetando habitualmente crianças e adultos jovens.

Objetivos

Descrever um caso de paciente portador de artrite reativa pós-estreptocócica de difícil diagnóstico, com necessidade de investigação de diagnósticos diferenciais.

Caso

R.L.B., 37 anos, feminino, apresenta há um ano artralgia, inicialmente nas mãos, evoluindo para cotovelos, ombros e pés. Descreve a dor como esmagadora, incapacitante, que acorda durante o sono, sendo mais acentuada no início do dia, com rigidez matinal prolongada, e melhora ao longo do dia com o movimento. Apresentou eritema nodoso em todo o corpo, mais acentuado em região da coluna, e apenas um episódio de febre. Foi atendida por diversas especialidades médicas, que levantaram suspeita de artrite reumatóide, lúpus e fribromialgia, sendo excluída devida VHS-velocidade de hemossedimentação aumentado ser a única alteração encontrada. Relata uso de altas doses de analgésicos, antinflamatórios, antialérgico e corticoide. Após cinco meses sem melhora do quadro, procurou especialista em clínica médica, do qual suspeitou de ARPE, e solicitou novos exames laboratoriais, que evidenciaram: antidesoxirribonuclease B (DNAse B) 473 U/ml e antiestreptolisina O (ASO) 300 Ul/ml, confirmando assim a hipótese diagnóstica. Solicitado ecocardiograma, sem evidências de alterações cardíacas valvares. Após esse rastreamento foi orientada de que os sintomas iriam melhorar com o passar do tempo, podendo durar de 3 a 12 meses. Paciente continuou o tratamento com analgésicos, com melhora completa dos sintomas em 6 meses.

Conclusões/Considerações finais

A ARPE é uma artrite com origem na resposta imune tardia à infecção pelo estreptococo ß hemolítico. Sua fisiopatologia se assemelha a da Febre Reumática, porém não preenche os critérios de Jones e apresenta período de latência inferior a duas semanas, mais manifestações extra articulares, como eritema nodoso e, acometimento de grandes e pequenas articulações de forma não migratória e não necessariamente assimétrica, além do esqueleto axial causando rigidez matinal em até 20% dos pacientes. A paciente em questão apresentou artrite, eritema nodoso, episódio isolado de febre, confirmado pelo ASO e DNAse B aumentados com exclusão de outras patologias.

Palavras-chave

Artrite Reativa, Eritema nodoso, infeção de garganta, estreptococo ß hemolítico

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital São José do Havaí - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade Iguaçu - Campus V - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Juliana Bento Rodrigues Gomes Nogueira, Nikyallan Soares Rodrigues, Priscila Freitas da Luz Palote, Tamires Texeira Guerra, Zoraya Ferreira Coelho, Wellington Célio Rodrigues