Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES CRITÉRIOS DE SEPSE E O DESFECHO DE PACIENTES COM SUSPEITA DE INFECÇÃO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE CURITIBA, PARANÁ

Fundamentação/Introdução

O novo consenso, publicado em 2016 e nomeado Sepsis-3, aborda a sepse como uma disfunção orgânica com risco de vida secundária a uma resposta do hospedeiro desregulada à infecção. Estimativas indicam que a sepse é uma das principais causas de mortalidade em todo o mundo. Considerada uma doença de tempo crítico, necessita de identificação precoce e intervenção imediata com a finalidade de promover um aumento da sobrevida.

Objetivos

Diante do alto índice de mortalidade por sepse evidenciado na literatura, o objetivo foi avaliar o desfecho de pacientes adultos com suspeita de infecção e correlacioná-lo com diferentes critérios de sepse utilizados em um Hospital Universitário de Curitiba, Paraná.

Delineamento e Métodos

Neste estudo de coorte prospectivo, os pacientes foram avaliados utilizando os critérios da Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) e o escore quick Sequential Organ Failure Assessment (qSOFA). Os resultados foram comparados com base na metodologia da SIRS, do escore qSOFA, unidade hospitalar e culturas positivas. Covariáveis foram comparadas entre pacientes com e sem desfechos favoráveis. A análise da área sob a curva Receiver Operating Characteristic (AUROC) foi calculada para comparar o desempenho diagnóstico.

Resultados

Este estudo incluiu 272 pacientes, dos quais 110 preencheram os critérios do qSOFA e 182 os critérios SIRS. Na análise univariada, qSOFA, leucocitose, confusão mental, hipotensão, câncer, sepse prévia, sepse na Unidade de Terapia Intensiva, ventilação mecânica e culturas positivas foram associadas à mortalidade (p<0,05). Na análise multivariada, apenas leucocitose, câncer, sepse prévia e culturas positivas foram incluídas no modelo final (p<0,05). A curva de sobrevida de Kaplan-Meier demonstrou que os pacientes que preencheram os critérios de qSOFA tiveram uma mortalidade em 30 dias maior que os outros pacientes com sepse (p=0,013). No entanto, todos os AUROCs mostraram uma baixa correlação preditiva com a taxa de óbito.

Conclusões/Considerações finais

Embora o escore qSOFA tenha sido associado à mortalidade, ele demonstrou baixa sensibilidade e especificidade em comparação ao critério SIRS.

Palavras-chave

Sepse; Antibacterianos; Choque Séptico;

Área

Clínica Médica