Dados do Trabalho
Título
PREVALÊNCIA E PERFIL TABÁGICO DE PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE CLÍNICA DE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NO SUL DO PAÍS.
Fundamentação/Introdução
No Brasil existem 15 milhões de fumantes e os óbitos anuais pelo tabaco são de 156 mil. Além disso, o tabagismo é uma doença químico-dependente catalogada como fator de risco evitável em 50 patologias potencialmente fatais. A orientação para prevenção e cessação do tabagismo mostra-se fator determinante e é oportuno aproveitar a internação para dar ciência das alterações fisiológicas oriundas do tabaco ao paciente.
Objetivos
Descrever uma amostra de pacientes que realizaram internação em enfermaria em um serviço de saúde 100% público no ano de 2018 em uma cidade do Rio Grande do Sul.
Delineamento e Métodos
Estudo transversal com pacientes internados em enfermarias clínicas, tabagistas, abstinentes e não tabagistas. Foram aplicados questionários para avaliação da classe social, percepção da participação do tabagismo no seu processo de adoecimento, bem como grau de dependência e hábitos de consumo.
Para elaboração da revisão de literatura foi realizado um levantamento da literatura científica em artigos disponíveis nas bases de dados Lilacs, PubMed e Scielo, no período compreendido entre janeiro e julho de 2019, utilizando principalmente as seguintes palavras-chave: tobacco, smoking hospital, cigarette.
Resultados
Foram entrevistados 389 pacientes. Eram de predominância masculina 65,7%, com 5,24±4,97 anos de estudo, não tabagistas (n=173) e apresentavam idade média de 42 ± 8,3 anos. Nos pacientes tabagistas (n=100), o grau de dependência era elevado (52%), tempo de tabagismo médio foi de 29,48 ± 6,96 anos, com 37,3 ± 3,76 cigarros/ano. Com relação à tentativa de cessar tabagismo, a média foi de 2,74±1,76 vezes. 24% fumavam durante internação e ansiedade foi a doença mais prevalente (35,7%). Ainda, quando questionados sobre sintomas relacionados ao hábito tabágico, a grande maioria 95,8% não relacionava nenhum sintoma como tosse, dispneia e xerodermia ao hábito de fumar. O cigarro mais utilizado foi o industrializado (n=49) e quando questionados sobre a vontade de cessar tabagismo, 78% respondeu ter intenção em cessar, bem como 87,4% dos abstinentes manifestou a opção em manter a abstinência.
Conclusões/Considerações finais
A partir dos dados pode-se inferir que, apesar de os pacientes não relacionarem o processo de adoecimento ao tabaco, a maioria deseja cessar o tabagismo. A falta de conhecimento das alterações fisiológicas inerentes dificulta o processo de associação entre o tabaco e doença. O momento da internação pode ser crucial para a abordagem do tabagismo.
Palavras-chave
tabaco, fumo hospitalar, cigarro
Área
Clínica Médica
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - Rio Grande do Sul - Brasil, UNIVERSIDADE FRANCISCANA - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
PEDRO HENRIQUE ONGARATTO BARAZZETTI, PAULO HENRIQUE PACHECO DARIO, NICOLE REINISCH, LUCAS THOMÉ CAVALHEIRO, DANIEL ONGARATTO BARAZZETTI