Dados do Trabalho

Título

Tuberculose peritoneal em paciente idoso imunocompetente: relato de caso

Introdução/Fundamentos

A Tuberculose é uma das principais doenças infecto contagiosas do planeta, tem alta prevalência no Brasil, apresentando-se sob as formas pulmonar ou extrapulmonar. No Brasil em 2018 foram confirmados 89.002 casos, sendo que 12,46 % correspondem às formas extrapulmonares. Dentre as formas extrapulmonares temos: ganglionar, pleural, intestinal, óssea, peritoneal, entre outras. A tuberculose peritoneal (TBP) é uma forma rara de tuberculose extrapulmonar, representando 11% dos casos extrapulmonares e 0,1-0,5 % de todos os casos de tuberculose. Apresenta uma clínica inespecífica, mimetizando condições como linfoma ou adenocarcinoma, dificultando o diagnóstico e retardando o início do tratamento. Como principais fatores de risco para desenvolver uma TBP temos: cirrose hepática, diálise peritoneal, disseminação da tuberculose de foco pulmonar, imunodepressão, entre outros. No entanto, existem alguns casos nos quais não é possível evidenciar um fator desencadeante para o desenvolvimento da doença, prejudicando o manejo clínico do paciente.

Objetivos

Descrever caso de tuberculose peritoneal espontânea em paciente idoso imunocompetente, sem outros fatores de risco, em um hospital privado da cidade de São Paulo.

Caso

Paciente idoso, de 75 anos, ex-tabagista, imunocompetente, apresentou sintomas gastrointestinais inespecíficos, como dor abdominal, náuseas, pirose e aumento do volume abdominal de 40 dias. Realizou ultrassonografia de abdome evidenciando ascite em moderada quantidade. Foi realizada paracentese diagnóstica, com coleta de líquido ascítico linfocitário exsudativo com Gradiente Albumina Soro-Ascite (GASA) de 0,4 g/dl, resultado negativo para pesquisa de células neoplásicas e culturas negativas. Foi realizado o teste de Adenosinadeaminase (ADA) com resultado positivo de 45 U/L compatível com tuberculose peritoneal. Continuou-se com a pesquisa de causas para o desenvolvimento da doença, sendo negativa para cirrose hepática, tuberculose pulmonar e outras doenças imunossupressoras. Iniciou-se o tratamento esquema RIPE (Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida, Etambutol) por 6 meses, com melhora do quadro clínico e regressão completa da ascite, sem outras complicações.

Conclusões/Considerações finais

Conforme o acima descrito, podemos afirmar que existem casos de diagnóstico de tuberculose peritoneal espontânea em pacientes imunocompententes, sem foco primário pulmonar, e sem outros de fatores de risco que possam predispor o desenvolvimento da doença.

Palavras-chave

Tuberculose peritoneal; tuberculose extrapulmonar; Adenosinadeaminase; imunocompetente

Área

Clínica Médica