15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Hepatotoxicidade do esquema básico para tratamento de tuberculose

Fundamentação/Introdução

Fundamentação/Introdução: A terapêutica para Tuberculose (TB) compõe-se de quatro drogas, com 95% de sucesso em alguns estados e efeitos adversos reduzidos. A hepatotoxicidade medicamentosa, assintomática ou não, ocorre em 0,6% dos casos em monoterapia de isoniazida e 2,7% no esquema combinado, sendo importante considerar o peso do paciente ao longo do tratamento para ajuste de doses e seus fatores de risco (idade avançada, HIV, etilismo e hepatopatia prévia), devendo-se modificar o esquema se níveis enzimáticos 3 a 5 vezes acima do limite superior de normalidade – mais frequente nos 2 primeiros meses.

Objetivos

Objetivos: Demonstrar a frequência de alterações de transaminases em pacientes com TB doença.

Delineamento e Métodos

Delineamento e Métodos: Estudo retrospectivo por análise de prontuários de pacientes tratados para TB em ambulatório em 2018. Avaliou-se níveis de enzimas de agressão hepática (transaminase glutâmico-pirúvica = TGP; transaminase glutâmico-oxalacética = TGO; U/L), medidas em média uma vez durante o tratamento. Excluiu-se da amostra 16 (47,1%) pacientes sem os níveis registrados em prontuário.

Resultados

Resultados: No período, todos haviam concluído o tratamento. A amostra foi composta por 18 (52,9%) pacientes. A média de idade foi 52,3 (± 16,7) anos. Metade dos pacientes eram mulheres. Da amostra, 2 (11,1%) eram hepatopatas prévios (Hepatite C e Cirrose), 2 (11,1%) eram etilistas prévios, 5 (27,8%) tinham acima de 60 anos e 3 (16,7%) apresentavam infecção pelo vírus HIV. Dos pacientes, 4 (22,2%) realizaram apenas dosagem de TGP e 14 (77,8%), de TGO e TGP. Estavam 11 (61,1%) em tratamento na fase intensiva (2 meses) e 7 (38,9%) na fase de manutenção. A média da dosagem das transaminases foi de 2,3 (± 1,7) meses de tratamento. A titulação média de TGP/TGO foi 17,3 (± 11,4)/26,3 (± 11,1) U/L para homens e de 50,3 (± 87,4)/81,3 (± 128) U/L para mulheres. A prevalência de hepatotoxicidade foi 0,05% (níveis 9 vezes acima do limite superior da normalidade para o sexo = TGP/TGO = 281/341U/L). A paciente M. T. M. dos S., 81 anos e tabagista, teve o esquema RHZE suspenso, evoluindo para óbito após uma semana, por encefalopatia hepática e TB disseminada.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões/Considerações finais: O esquema básico apresentou baixo risco de alterações das transaminases. Mulheres apresentavam níveis mais altos, em média. Estratégias deverão ser implementadas para melhorar o controle dos riscos de eventos adversos, especialmente na fase inicial da terapia, a fim de oferecer mais segurança ao paciente.

Palavras-chave

Tuberculose, hepatotoxicidade, terapêutica.

Área

Clínica Médica

Instituições

UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Bibiana Ferraz Martins, Carolina Czegelski Duarte, Juliane Jungues, Maria Julia Prestes Garcia, Marcelo Carneiro