15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

RUPTURA CORONÁRIA E TAMPONAMENTO CARDÍACO DURANTE ANGIOPLASTIA – UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A ruptura coronariana é uma das complicações mais graves que pode ocorrer durante a angioplastia, sendo o risco maior em mulheres e idosos. Cerca de metade das rupturas é causada pela perfuração do vaso ao introduzir o fio guia. Embora sua incidência seja rara, variando de 0,1% até 3% dos casos, suas consequências são complexas, como o tamponamento cardíaco, infarto agudo do miocárdio (IAM) e até morte.

Objetivos

Descrever caso clínico de paciente cardiopata isquêmico submetido a angioplastia com ruptura coronariana e tamponamento cardíaco.

Caso

B.C. masculino, 65 anos, hipertenso e dislipidêmico. Sem uso de mediações. Procura médico por angina classe II-III CCS (Sociedade Cardiovascular Canadense) sendo submetido a CATE, o qual indicou oclusão de artéria coronária direita, com estabelecimento de circulação colateral; ramo circunflexo (ACx) apresentava lesão severa proximal e oclusão de dois ramos marginais, com presença de circulação colateral intracoronária; demais vasos sem lesões; Dois meses após o CATE, realizou-se tentativa de angioplastia coronária transluminal percutânea (ICP) das oclusões crônicas da ACx, sendo utilizado por acesso femoral cateter EBU 4.0 com auxílio de microcateter finecross e guias BMW, Whisper e Filder FC, passando este último e atingindo a circulação distal. Foi pré-dilatado com balão com 8 ATMs. Evoluiu com perfuração coronariana e tamponamento cardíaco constatado logo após a perfuração com parada cardiorrespiratória em ritmo de AESP. Drenado cerca de 200 mL de sangue com retorno a circulação espontânea rapidamente. Foi tentado conter a perfuração com STENT graft o qual, na tentativa de passagem levou a dissecção e fechamento do vaso e da perfuração. Apresentou reinfarto um dia após ICP, com supradesnível de ST na derivação AvR, infradesnível de parede ínfero-lateral e nova curva enzimática, sendo levado a novo CATE que mostrou aspecto semelhante ao do término do primeiro. Alta hospitalar em 15 dias após tratadas as complicações. Retorno ao serviço para revisão, apresentando sinais de insuficiência cardíaca classe I da CCS, II NYHA e disfunção ventricular moderada.

Conclusões/Considerações finais

A perfuração coronáriana é uma complicação das mais temidas na cardiologia, sob risco de morte. Tem-se tornado mais incidente em virtude dos avanços técnicos da ICP. Todavia, no presente caso, apesar da existência de complicações, a profilaxia, a identificação precoce e o tratamento adequado melhoraram sobremaneira o prognóstico – ainda que com sequelas da função ventricular.

Palavras-chave

Ruptura coronária. Tamponamento cardíaco. Angioplastia

Área

Clínica Médica

Autores

Louise Sinigaglia, Carolina Scherer Dornelless, Pedro Oliveira Firpo, Leonardo Jaeger Bellinaso, Marcio José Siqueira