15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ABORDAGEM DE TROMBOEMBOLISMO VENOSO EM PACIENTE ONCOLÓGICO – RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

O tromboembolismo venoso (TEV) é segunda causa de morte e importante fator de morbidade nos pacientes com neoplasia, sendo de quatro a sete vezes maior nessa população. O Câncer é uma doença heterogênea, por isso o risco de TEV aumenta de acordo com o estágio e tipo do tumor, sobretudo em neoplasias gastrointestinais, além de quimioterapia e fatores relacionados ao paciente. Trombo em trânsito no do átrio direito são raros, com incidência de 7% a 18%, e definem desfechos fatais quando associados a tromboembolismo pulmonar maciço. Entretanto, as intervenções terapêuticas nesses casos ainda são incertas, o que dificulta a decisão clínica.

Objetivos

Identificar fatores de risco relacionados à doença oncológica para eventos tromboembólicos, afim de tratar adequada e rapidamente, reduzindo a morbimortalidade dessa entidade.

Caso

Paciente TSL, masculino, 76 anos, hipertenso, em tratamento quimioterápico para Câncer Colorretal com metástase em peritônio, deu entrada na emergência apresentando desconforto respiratório súbito e taquicardia sinusal (127 bpm), sem instabilidade hemodinâmica. Ao ecocardiograma transtorácico, observou-se sobrecarga de cavidade direita com moderada disfunção sistólica, imagem sugestiva de trombo móvel em átrio direito e pressão sistólica da artéria pulmonar de 76mmHg. A tomografia de tórax mostrou TEP com acometimento bilateral da artéria pulmonar e o Doppler de membros inferiores mostrou sinais de trombose venosa profunda aguda à esquerda. O paciente foi tratado com Heparina de Baixo Peso Molecular em dose terapêutica. Evoluiu com melhora significativa dos sintomas, sendo constatada melhora na função cardíaca direita, ausência do trombo e queda da pressão sistólica da artéria pulmonar para 45mmHg após 30 dias do evento.

Conclusões/Considerações finais

O TEV é uma entidade alta mortalidade, principalmente quando associados a trombos flutuantes em átrio. Em pacientes oncológicos, assim como apresentado no caso, o risco aumenta com a presença de tumor gastrointestinal, metástase e realização de quimioterapia. Apesar da terapêutica mal definida para esses casos e o maior risco de sangramento em pacientes oncológicos ao realizarem anticoagulação, o paciente evoluiu com melhora clínica e laboratorial. Por isso, é de suma importância estar atento aos fatores de risco, afim de que seja feito diagnóstico rápido e instituição da terapêutica adequada, garantindo menor morbimortalidade em pacientes oncológicos.

Palavras-chave

Tromboembolismo Venoso; Oncologia; Trombo atrial

Área

Clínica Médica

Autores

Mariana Marques Rechuan, Nina Feital Montezzi, Bruno Barbosa Cardoso Dos Santos, Rodrigo Caetano Pimentel