Dados do Trabalho
Título
SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO ESTREPTOCÓCICO: RELATO DE CASO
Introdução/Fundamentos
A síndrome do choque tóxico estreptocócica (SCTE) é instalada na vigência de infecção por estreptococos, como no: impetigo, celulite e faringite. Desencadeada por uma grande quantidade de citocinas, e consequente liberação de mediadores que levam à insuficiência respiratória, colapso vascular e choque. Mortalidade estimada em 59%. Constituem fatores de risco: varicela, imunossupressão, diabetes mellitus e procedimentos cirúrgicos.
Objetivos
Relatar caso de SCTE em paciente esplenectomizado.
Caso
E.C, 27 anos, masculino, negro, trabalhador da construção civil, natural de Cabo de Santo Agostinho – PE, há 5 semanas em Blumenau. Previamente hígido. Esplenectomizado há 10 anos por trauma. Etilista. Ausência de histórico vacinal. Relata que há 3 dias iniciou com odinofagia, febre não aferida, náuseas e vômitos. Em 24/05/19 foi admitido por piora do estado geral, plaquetopenia e disfunção renal. Na admissão, encontrava-se confuso, hipotenso, taquipneico, sudoreico, pele pegajosa. Em regular estado geral, febril, em uso de droga vasoativa e máscara de Venturi, presença de roncos expiratórios. Demais, sem alterações. Exames laboratoriais mostravam leucocitose com desvio, plaquetopenia importante, alteração em coagulograma, elevação de transaminases e bilirrubinas, injúria renal aguda não oligúrica, acidose metabólica e elevação do lactato. Instituídas medidas para choque séptico. Radiografia de tórax revelava infiltrado pulmonar à direita. Iniciado ceftriaxone, claritromicina e Tamiflu. Paciente evoluiu com falência respiratória, sendo procedida intubação orotraqueal 7h após a admissão. Transferido à Unidade de Terapia Intensiva, onde foi submetido à hemodiálise. Evoluiu com rash maculo-papular descamativo em tronco e cianose de extremidades. Hemoculturas, uroculturas, sorologias (hepatite B e C, HIV, leptospirose, hantavirose, dengue, febre amarela, H1N1) negativas. PCR Spreptococcus pneumoniase detectável confirmando diagnóstico de choque distributivo por estreptococcemia. Paciente recusa intervenção cirúrgica por gangrena periférica simétrica e recebe alta hospitalar em 17/06. Retorna em 10/07, sendo então submetido à amputação transtibial em guilhotina bilateral e posteriormente realiza amputação de 2º a 4º quirodáctilos direitos e 2º a 5º quirodáctilos esquerdos.
Conclusões/Considerações finais
Destaca-se a suscetibilidade do paciente esplenectomizado em evoluir com infecção grave por germe não encapsulado e a dificuldade de diagnóstico pelo amplo espectro de patologias diferenciais nesta condição.
Palavras-chave
Streptococcus pneumoniae; Choque séptico; Esplenectomia.
Área
Clínica Médica
Autores
Andréia Baldin, Luana Carina Czapla, Yohanna Lima Santos