Dados do Trabalho
Título
Diferenciação celular cardíaca pós transplante, de diferentes tipos de co-culturas celulares e sua relação com a presença de gap junctions.
Fundamentação/Introdução
O infarto agudo do miocárdio (IAM) é a principal causa de mortes em nosso país. Vários estudos vêm sendo realizados com o objetivo de estudar a regeneração miocárdica a partir do transplante de diferentes tipos celulares (células tronco embrionárias, células tronco adultas [provenientes da medula óssea, sangue periférico, tecido adiposo e placenta], mioblastos esqueléticos e cardiomiócitos fetais na tentativa de restaurar a função cardíaca infartada. O principal fator neste processo é a presença das GAP junctions, permitindo a contração adequada e sincrônica entre as células transplantadas e as células nativas. Este resumo refere-se às co-culturas de diferentes tipos de celulares quando transplantadas no miocárdio infartado.
Objetivos
Comparar qualitativamente a diferenciação celular e a presença de GAP junctions através da expressão de conexina 43 em estudos que utilizaram técnicas de co-cultivo celular de diferentes origens.
Delineamento e Métodos
Foi realizada pesquisa sistemática em diferentes bases de dados usando os seguintes descritores: ‘co-culture’ and (‘connexin 43’ or ‘gap-junction’) (‘cardiomyocyte’) (‘differentiation’ or ‘proliferation’). A busca resultou em 42 artigos, sendo que quinze foram considerados elegíveis para a revisão.
Resultados
Nove estudos utilizaram cardiomiócitos neonatais de ratos como as células cardíacas na co-cultura. Já as células tronco utilizadas variaram em oito tipos diferentes, sendo que as células mesenquimais foram utilizadas em sete estudos. Um único trabalho usou na co-cultura tipos celulares exclusivamente adultos. Identificou-se a presença de GAP junctions em todas as análises anatomopatológicas. Os parâmetros de análise foram os marcadores de músculo cardíaco, contratilidade rítmica dos cardiomiócitos, organização sarcomérica e atividade elétrica. Quinze estudos, 6,66% não analisaram esse quesito, 6,66% não apresentaram diferenciação das células transplantadas em cardiomiócitos usando tais parâmetros, 20% evidenciaram tal fator pela contratilidade celular, 13,33% pela organização sarcomérica, 46,66% por marcadores musculares cardíacos e 13,33% pela atividade elétrica.
Conclusões/Considerações finais
Identificaram-se resultados positivos em relação a presença de GAP junctions e diferenciação das células transplantadas em cardiomiócitos. Desta forma, cria-se uma perspectiva otimista para o futuro dos transplantes celulares no miocárdio infartado. Entretanto, a divergência entre os métodos e parâmetros dos estudos atuais impossibilita determinar uma co-cultura mais adequada.
Palavras-chave
co-cultura, GAP junction, diferenciação, cardiomiócito
Área
Clínica Médica
Autores
Marina Pazini Bomediano, Victoria Elizabeth Moura , Paula Dutra Bernhardt , Valentina Spinello Correia, Vinicius Henrique Moraes, Luiz Cesar Guarita