15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Miastenia gravis secundária a imunoterapia com Nivolumab para o tratamento de melanoma: Relato de caso

Introdução/Fundamentos

Introdução/Fundamentos: O avanço na imunoterapia mudou o paradigma do tratamento no melanoma avançado. Há relativa inexperiência com esta terapêutica, que dificulta o reconhecimento de eventos adversos relacionados. A miastenia gravis (MG) é uma doença autoimune que se caracteriza pela presença de anticorpos contra a placa neuromuscular. A incidência desta patologia é de aproximadamente 20 casos a cada cem mil habitantes. O diagnóstico de MG pode ser realizado através do somatório de sinais e sintomas sugestivos da patologia e teste positivo para os anticorpos específicos.

Objetivos

Objetivos: Relatar um caso raro de síndrome miastênica após o uso de Nivolumab

Caso

Descrição do caso: Paciente masculino, 46 anos, natural de Florianópolis, admitido em pronto atendimento queixando-se de diplopia e fraqueza muscular proximal. Referiu história mórbida pregressa de melanoma metastático diagnosticado em janeiro de 2019, em uso de Nivolumab 240mg a cada 2 semanas, encontrava-se na quarta sessão da terapia. Negava histórico de doenças autoimune ou uso crônico de corticoterapia. Exame físico: Lúcido, orientado, Glasgow 15, sem déficits focais, força proximal grau 4/5. Realizada eletroneuromiografia com perda da amplitude muscular maior que 10% após repetições seguidas. Anticorpo anti-receptor de acetilcolina fortemente positivo. Confirmado diagnóstico de MG, o imunoterápico Nivolumab foi descontinuado e a imunoglobulina humana 400mg/kg foi prescrita. Houve importante melhora do quadro astênico e visual após a medicação. Recebeu alta hospitalar com Piridostigmina 60mg e Prednisona 40mg.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões/Considerações finais: Nivolumab é um inibidor de PD-1 usado em diferentes neoplasias, como no melanoma. Em estudo com 9.869 pacientes em uso de Nivolumab, houve 12 casos de MG, ou seja, um efeito adverso pouco comum. Os mecanismos exatos pelos quais as drogas imunoterápicas desencadeiam doenças autoimune ainda é incerto. Em aproximadamente 90% dos casos de MG não é definida a etiologia específica, sendo uma minoria secundária ao uso de imunoterapias. Dentre elas, a que apresenta maior associação são os inibidores da PD1. Uma vez que o paciente apresente sinais e sintomas sugestivos dessa afecção autoimune é necessário que o médico seja ágil no correto diagnóstico e conduta para evitar desfechos negativos.

Palavras-chave

Melanoma. Miastenia Gravis. Imunoterapia.

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA - Santa Catarina - Brasil

Autores

Matheus Leye,, Amanda Oppitz,, Thaynara Maestri, Luan Junior Vignatti, Renata da Silva Bolan