15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

INTOXICAÇÃO AGUDA CAUSADA POR USO DE CLORIDRATO DE BUPROPIONA EM TRATAMENTO DE DEPRESSÃO EM PACIENTE JOVEM NÃO-TABAGISTA: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

INTRODUÇÃO: A bupropiona é usada no tratamento de depressão e em pacientes que querem cessar tabagismo; contraindicado em pacientes menores de 18 anos e pode agravar pensamentos suicidas. É muito comum, no contexto das emergências, o atendimento de pacientes intoxicados após tentativa de suicídio; corrobora a importância da boa conduta clínica nesse atendimento, pois além da intoxicação, há uma doença de base a ser manejada.

Objetivos

OBJETIVO: Relatar caso clínico de uma paciente depressiva atendida no Pronto Socorro após tentativa de suicido por ingesta de dose tóxica de bupropiona, e definir o manejo clínico adequado à luz dos protocolos da emergência.
METODOLOGIA: Desenvolver um relato de caso sobre intoxicação, a partir de um atendimento em pronto socorro e realizar revisão de literatura sobre intoxicação por bupropiona.

Caso

RESULTADOS: Mulher, 18 anos, 70kg, sem comorbidades, nega etilismo/tabagismo, história de depressão e personalidade borderline. Trazida ao pronto socorro pelo SAMU, acompanhada dos pais, após 2h da ingesta de medicamentos – 10 comprimidos de bupropiona 150mg. Apresentou quadro de náuseas, tontura, agitação psicomotora, choro intenso, delírios persecutórios, ideação suicida iminente e discurso de ódio e depressivo; confirmado agudização dos sintomas pelos pais após intoxicação, porém relatando ser a segunda tentativa de suicídio em menos de um ano, também com medicamentos. O início do tratamento deve ser até 1 hora após a ingesta, devido absorção gástrica, o que não foi possível. Realizado contato com o Centro de Informações Toxicológicas para orientação de conduta após período inicial, sendo informado dose tóxica de 6mg/kg, a qual foi atingida neste caso (máximo/ ingerido: 420/1500mg). Impossibilitado o procedimento de lavagem gástrica e carvão ativado, a conduta torna-se observacional por 6 horas, atentando ao nível de consciência e realizar uso de sintomáticos, se necessário. Ao momento da avaliação, paciente seguiu chorosa e agitada, hipotenaz e hipervigil, com delírios persecutórios e ideação suicida intensa. Na alta clínica é encaminhada ao serviço de avaliação de saúde mental especializado.

Conclusões/Considerações finais

CONCLUSÃO: A triagem e o emergencista devem ser rápidos e efetivos, pois há um curto tempo de ação para iniciar os protocolos dos antídotos. Além disso, a rede de saúde mental é importante para evitar intoxicações intencionais, através da melhora da psicoeducação àqueles que cercam o individuo depressivo e o manejo adequado nas situações críticas.

Palavras-chave

Psicofármacos, Intoxicação, Emergência, suicídio, emergência psiquiátrica, Bupropiona, antidepressivos

Área

Clínica Médica

Autores

João Octávio Celante da Silva, Michelle Alle Lange, Laura Ribeiro Teixeira, Jéssica Paola Salame