Dados do Trabalho
Título
Associação entre privação de sono e ansiedade em acadêmicos de medicina
Fundamentação/Introdução
O sono é essencial para sobrevivência e desempenha determinadas funções, como processamento de memória. Indivíduos com privação de sono apresentam ansiedade como uma importante consequência, comprometendo a atenção e a concentração, ambas indispensáveis para o desempenho acadêmico.
Objetivos
Avaliar a associação entre redução da qualidade de sono e aumento da ansiedade em estudantes de medicina.
Delineamento e Métodos
Trata-se de um estudo transversal e quantitativo, realizado em acadêmicos de medicina de uma universidade em Sergipe. Teve como instrumentos de coleta de dados o questionário Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), que avalia a qualidade de sono e o Inventário da Ansiedade Traço-Estado (IDATE), avaliando a ansiedade. A análise dos dados foi feita pelo programa R Core Team 2019 e as correlações entre as variáveis foram quantificadas e testadas pela Correlação de Kendall.
Resultados
Participaram 298 alunos, divididos em 1º, 3º e 6º ano do curso. Avaliou-se que 191 (64,1%) eram do sexo feminino e 107 (35,9%) do sexo masculino, com idade média de 22,5 anos. E, ainda, que a maioria teve qualidade de sono ruim 182 (61,1%) e ansiedade moderada 166 (55,7%). A respeito do 1º ano (p: <0,001), dos 19 que apresentaram bom índice de sono, 12 (63,2%) referiram nível baixo de ansiedade. Ainda, dos 70 com índice ruim de sono, 46 (65,7%) relataram ansiedade moderada. Além disso, dos 18 com distúrbio de sono, 12 (66,7%) obtiveram ansiedade moderada. Relativo ao 3º ano (p: 0,002), dos 24 que apresentaram bom índice de sono, 17 (70,8%) alegaram nível baixo de ansiedade. Ademais, dos 55 com índice ruim de sono, 37 (67,3%) obtiveram ansiedade moderada. No mais, dos 13 com distúrbio de sono, 5 (38,5%) referiram nível moderado de ansiedade. Referente ao 6º ano (p: <0,001), dos 28 que apresentaram bom índice de sono, 24 (85,7%) alcançaram nível baixo de ansiedade. Ainda, dos 57 com ruim índice de sono, 44 (77,2%) referiram ansiedade moderada. De resto, dos 14 com distúrbio de sono, 8 (57,1%) conseguiram nível alto de ansiedade.
Conclusões/Considerações finais
Observou-se nos anos estudados, que os acadêmicos que apresentaram bom índice de sono, alcançaram menores níveis de ansiedade, já os com índice de sono ruim, obtiveram níveis moderados de ansiedade. Por fim, os com distúrbios de sono alcançaram alto índice de ansiedade. É notório, portanto, que as alterações no padrão sono-vigília e ansiedade têm elevada incidência nos acadêmicos de medicina, sendo necessário uma redução do estresse ao qual são submetidos..
Palavras-chave
privação de sono, ansiedade
Área
Clínica Médica
Autores
Bárbara Ramos Leite, Elisandra de Carvalho Nascimento, Thais Santana Vieira, Marília de Lima Mota, Ingrid Pereira Gomes