15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Diagnostico diferencial de síndromes ictéricas

Introdução/Fundamentos

Dentre os sinais clínicos a icterícia e um dos mais marcantes por modificar a pele do doente, levando a uma coloração amarelada pelo deposito de bilirrubina.
Mecanismos diferentes levam ao seu aumento, podendo variar tanto de distúrbios hematológicos quanto de trato gastrointestinais

Objetivos

Demonstrar a investigacao de um paciente com icterícia e como uma doença pode mimetizar, a partir de sinais clínicos e laboratoriais, outras patologias, sendo necessário mudar nossas abordagens a cada novo achado

Caso

Mulher de 62 anos da entrada no PS-HCFMUSP em Agosto com 18 meses de perda de peso. Ela apresentava icterícia flutuante, colúria, acolia, prurido e edema unilateral não progressivo da perna esquerda, associado a hiporexia, astenia e vômito pós-alimentares. Não tinha febre, tosse ou alterações os hábitos intestinais. O histórico médico incluía hipertensão arterial e diabetes. Não fumava, bebia ou abusava de drogas, negava alergias. Sua medicações eram Losartan, hidroclorotiazida, Sitaglipitina, Metformina, Gliclazida e Dapaglifozina. Negava cirurgias. Não há histórico familiar de câncer. Ao exame físico, a pressão arterial era de 100x60mmHg, frequência cardíaca de 110bpm, frequência respiratória de 18 irpm , saturação de 94% em ar ambiente. Tinha sinais de intensa perda de peso e estava icterícia. Nenhuma alteração no exame respiratório ou cardiovascular. Nenhuma massa palpável, sem sinais de ascite no exame abdominal. Não tinham linfonodos palpável na em cervical, axilar, supra e infraclavicular ou inguinal. Altos níveis de fosfatos alcalinos, gama GT bem como billirrubina direta e tempo de protrombina foram encontrados, o último foi corrigido pela administração de vitamina K. Foi feito um diagnóstico de síndrome colestática e uma ultrassonografia abdominal foi realizada. Não houve evidência de obstrução biliar intra ou extra hepática nem lesão pancreática. Por outro lado, encontrado aumento dos linfonodos paraórticos. Submetida a tomografia computadorizada toracoabdominal demonstrando linfadenomegalia nas cadeias cervical inferior, paratraqueal superior, cardiofrênica e retroperitoneal paraaórtica e pericaval.Uma biópsia guiada de um linfonodo para-aórtico foi feita e encontrada no microscópico Linfoma Hodgkin Clássico. O imundo-histoquímico foi positivo para PAX5, Ki67, CD30 e CD15

Conclusões/Considerações finais

Apesar dos linfomas terem uma clinica baseada em linfonodomegalia e sintomas B, muitas vezes podemos identificar sinais e sintomas diferenciados, aumentando a complexidade da investigação.

Palavras-chave

Síndrome colestática
Linfoma de hodkin
Hiperbilirrubinemia

Área

Clínica Médica

Autores

William George Giusti Fischer , Luiza Lapolla