15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Fratura de Anel Pélvico: relato de caso

Introdução/Fundamentos

Introdução

Lesões pélvicas são raras, incidência global estimada em 3%, destas, 42% ocorrem devido à acidentes automobilísticos. Quando presentes, com frequência geram dúvidas sobre ser fonte de sangramento e instabilidade hemodinâmica do paciente. A insistência em atribuir indiscriminadamente este tipo de lesão a instabilidade hemodinâmica gera atraso na busca do foco real. Instabilidade hemodinâmica sem outro foco de sangramento, com fratura de pelve passível de sangramento abundante (mecanismo de compressão anteroposterior ou cisalhamento vertical), medidas de emergência devem ser tomadas, como lençóis "fechando" a pelve, braçadeira pélvica em C ou fixador externo.

Objetivos

Objetivos

Apresentar caso clínico e fazer revisão sobre fraturas do anel pélvico, utilizando literatura recente.

Caso

Descrição do caso

Acidente automobilístico, mulher, 24 anos, trazida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), imobilização padrão trauma. Atendida conforme Advanced Trauma Life Support (ATLS). Achados positivos de dor abdominal em flanco e fossa ilíaca direita, sem irritação peritoneal. Pelve instável à compressão. Dor em perna direita, sem lesão de pele. Radiografia série trauma com uretrocistografia, exame da bacia apresentando fratura em "livro aberto" com extravasamento do contraste na topografia da bexiga (fratura exposta da pelve!) e fratura diafisária da tíbia direita.
Nos deparamos com quadro de instabilidade pélvica em paciente hemodinamicamente estável. Quadro poderia aguardar procedimento cirúrgico ortopédico de urgência caso não fosse fratura exposta. Destaca-se, assim, que fora realizado procedimento cirúrgico em caráter de emergência não por se tratar de instabilidade hemodinâmica, e sim por ser fratura exposta. Abordagem anterior tipo Pfannenstiel, reparo da laceração da bexiga, lavagem da cavidade, seguida de aplicação de placa de reconstrução suprapúbica corrigindo a lesão sinfisária. Após, estabilização posterior com parafusos canulados percutâneos transiliosacrais. Permaneceu sob esquema de antibioticoterapia com metronidazol, gentamicina e kefazol por 48 horas conforme protocolo do Comitê de Infecção local. Não houveram complicações pós-cirúrgicas.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão

Em casos de fratura pélvica é importante a individualização do caso com o cuidado do manejo ao paciente e a monitoração do status hemodinâmico, sendo esse, fator decisivo para a tomada de decisão.

Palavras-chave

anel pélvico, fratura, instabilidade pélvica

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdade Meridional IMED - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Patrícia Andressa Nossal, Pedro Gabriel Lopes de Carvalho, Alessandra Camila Ferro, Jordana de Oliveira Reche, Karine Kerber