15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Tuberculose Peritonial

Introdução/Fundamentos

A tuberculose peritonial é um local incomum de infecção extrapulmonar causada pelo Mycobacterium tuberculosis. As características clínicas mais comuns são ascite, dor abdominal e febre. Aproximadamente 70% dos pacientes apresentam sintomas por mais de quatro meses antes do diagnóstico ser estabelecido. A peritonite tuberculosa deve ser considerada em todos os pacientes com ascite linfocítica inexplicada com gradiente de albumina sérica-ascítica <1,1 g / dL. O padrão-ouro para o diagnóstico é o crescimento da cultura de Mycobacterium no líquido ascítico ou uma biópsia peritoneal. A seleção dos regimes de tratamento para a peritonite tuberculosa baseia-se nos mesmos princípios da tuberculose pulmonar. O prognóstico é variável e depende da condição subjacente, comorbidades e rapidez do diagnóstico.

Objetivos

Relatar um caso clínico de tuberculose peritonial, demonstrar a importância de se pensar no diagnóstico diante de ascite, febre e dor abdominal de evolução insidioso e apresentar os métodos utilizados para definição diagnóstica.

Caso

Trata-se de paciente do sexo feminino, 23 anos, previamente hígida, apresentou-se ao serviço de emergência com história de ter iniciado há um mês com quadro de dispneia, tosse seca, distensão abdominal, febre e perda de peso (aproximadamente 3Kg em 01 mês). No exame físico, foi observado abdome ascitico. Tomografia computadorizada do abdome com contraste mostrou volumosa quantidade de líquido na cavidade abdominal, espessamento peritoneal, restrição central de alças intestinais sugestivo de peritonite. Análises do líquido ascítico revelaram predomínio de celulas mononucleares, gradiente de albumina sérica-ascítica: 0,9 g/dL, lactato desidrogenase (LDH) elevado: 676 U/L (referencia: 135 a 214 U/L ), adenosina deaminase (ADA): 65U/L (referencia 30-40U/L) exame de Bacilo Alcoo Acido Resistente (BAAR): negativo e Reação em Cadeia de Polimerase (PCR): positivo para Mycobacterium tuberculose. Esta paciente foi tratada com Isoniazida, Rifampicina, Etambutol e Pirazinamida por 2 meses, e segue em tratamento com Isoniazida e Rifampicina até completar 4 meses. A ascite e sintomas associados já foram completamente resolvidos.

Conclusões/Considerações finais

Diante de um quadro clínico de ascite e febre de evolução insidiosa a analise do liquido acístico pode ser suficiente para o diagnóstico de tuberculose peritonial, evitando desta forma a realização de métodos mais invasivos para confirmação da doença e suas potenciais complicações.

Palavras-chave

Ascite , tuberculose peritonial

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Nossa Senhora das Graças - Minas Gerais - Brasil

Autores

Livia Duarte Tavares, Carolina Nogueira Paiva, Bruna Jacomini Martins, Elen Cristina da Mata, Flavia Lima Nogueira , Luciana dos Santos Andreata