Dados do Trabalho
Título
Neuropatia óptica isquêmica anterior arterítica bilateral secundária a arterite de células gigantes
Introdução/Fundamentos
A neuropatia óptica isquêmica anterior (NOIA) é uma disfunção visual, causada pela redução temporária ou permanente da perfusão sanguínea do segmento anterior do nervo óptico. Classifica-se em forma não arterítica (NOIA-NA), mais comum, e forma arterítica (NOIA-A), relacionada a arterite de células gigantes. A NOIA-A é uma urgência médica, caracterizada pela perda de visão e sintomas como cefaleia e claudicação de mandíbula. Majoritariamente, a amaurose é unilateral, sendo que, quando o acometimento é bilateral, tende a ser gradual.
Objetivos
Relatar o caso de uma paciente que apresentou súbita perda de visão bilateral devido à NOIA-A, secundária a arterite de células gigantes.
Caso
Paciente feminina, 79 anos, portadora de hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia, em uso de losartana, carvedilol, ácido acetilsalicílico e atorvastatina. Internada para tratamento de infecção do trato urinário por germe multirresistente, evoluindo com melhora após antibioticoterapia. Porém, durante o internamento apresentou perda súbita de visão bilateralmente não simultânea, com intervalo de apenas um dia entre os eventos. Além disso, relatou cefaleia, claudicação de mandíbula e alodinia em couro cabeludo. Ao exame neurológico, pupilas isocóricas e sem fotorreação. Negou dor á palpação de região temporal bilateral ou aumento arterial, sendo iniciada corticoterapia por suspeita de arterite de células gigantes. À fundoscopia, apresentou edema macular em ambos os olhos e de papila no direito, oclusão arterial bilateral e neurite óptica no olho direito. Laboratoriais com velocidade de hemossedimentação 59 mm/h e proteína C reativa 53,6 mg/L. Aos exames de imagem, tomografia de crânio com sinais de microangiopatia e redução volumétrica, doppler de artérias temporais com ausência de fluxo bilateral e doppler de artérias cervicais apresentando estenose. Mantida prednisona 60mg, com remissão da cefaleia e demais sintomas, exceto da perda visual. Mantém acompanhamento com reumatologia e neurologia
Conclusões/Considerações finais
A arterite de células gigantes é causada pelo processo de inflamação generalizado e pela lesão vascular inerente. Possui manifestações sistêmicas, neurológicas ou oculares, sendo que a perda da visão por neuropatia óptica isquêmica anterior é a complicação mais temida, principalmente quando afeta ambos os olhos. Assim, destaca-se a importância da sua investigação devido às lesões irreversíveis que pode ocasionar.
Palavras-chave
arterite de células gigantes, amaurose fugaz, neuropatia óptica isquêmica anterior
Área
Clínica Médica
Instituições
Hospital da Cruz Vermelha Brasileira - Filial do Paraná - Paraná - Brasil, Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Paraná - Brasil
Autores
Rafaela Ianisky, Maren de Moraes e Silva, Amur Ferreira Neto Segundo, Maria Carolina Zavagna Witt, Pilar Bueno Siqueira Mercer