Dados do Trabalho
Título
Dependência Química Nicotínica e Qualidade de Vida entre Profissionais de Saúde
Fundamentação/Introdução
Profissionais da saúde estão sujeitos a um maior estresse ocupacional, bem como apresentam pior funcionalidade emocional e social se comparados à população geral. Entre eles há uma parcela significativa de tabagistas, cuja dependência se relaciona a uma maior incidência de doenças psiquiátricas, à tentativa de alívio de estresse e de ansiedade.
Objetivos
O objetivo desse estudo é avaliar a qualidade de vida de funcionários da área da saúde de um hospital universitário de Curitiba, determinar sua relação com tabagismo, transtorno de ansiedade generalizado (TAG) e transtorno depressivo maior (TDM).
Delineamento e Métodos
Trata-se de um estudo observacional transversal que avaliou qualidade de vida e a prevalência de TAG e TDM de 213 profissionais da saúde adultos de um hospital de Curitiba. Também foram determinados o número de tabagistas e seu grau de dependência. Para tanto, foram aplicados, de forma anônima, voluntária e auto-administrada, os questionários Short-Form 6 Dimensions (SF6D) e Teste de Dependência à Nicotina de Fagerströn. Testes não-paramétricos foram utilizados para estabelecer a relação entre características individuais, dependência nicotínica e qualidade de vida.
Resultados
A amostra foi composta por 171 (80,3%) mulheres e 42 (19,7%) homens, com média de idade de 32,4 anos. As profissões mais comuns entre os entrevistados foram técnico de enfermagem (31,9%) e médico (16%) – não detectou-se diferença do score do SF6D entre as ocupações (p=0,107). Do total de participantes, 27 (12,7%) eram tabagistas, sendo que a maioria deles (69,2%) tiveram um grau de dependência nicotínica muito baixo no Teste de Fagerströn. Houve uma tendência de diferença de qualidade de vida entre os graus (p=0,054). Não houve diferença significativa entre o escore do SF6D de fumantes e de não fumantes (p=0,178). Tabagistas, no entanto, apresentaram um maior índice de doenças psiquiátricas (p=0,049). Os voluntários em uso de medicamentos antidepressivos (p=0,016) ou portadores de TAG e TDM (p=0,009) apresentaram pior qualidade de vida se comparados aos demais grupos.
Conclusões/Considerações finais
Embora descrito na literatura que profissionais da saúde apontam a má qualidade de vida como causa da dependência nicotínica, este estudo não demonstrou diferença desse parâmetro entre tabagistas e não tabagistas. Entre fumantes, porém, há maior prevalência de transtornos psiquiátricos, que acarretam pior qualidade de vida. Assim sendo, esta pesquisa reforça a necessidade de ações voltadas a este público.
Palavras-chave
tabagismo, qualidade de vida, pessoal de saúde.
Área
Clínica Médica
Autores
Mariana Fanini Leite, Orjana Araújo De Freitas