15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Abscesso hepático de diagnóstico ocasional e resposta terapêutica satisfatória: relato de caso.

Introdução/Fundamentos

Abscesso hepático é definido como uma coleção supurativa no interior do parênquima hepático, que pode ser infectada por bactérias, fungos e/ou parasitas. Doenças do trato biliar representam a principal causa. A incidência associada a malignidades e seus tratamentos tem aumentado. A sintomatologia é variável e o diagnóstico é altamente dependente de exames de imagem.

Objetivos

Descrever um caso de abscesso hepático, com dois possíveis mecanismos etiológicos: doença do trato biliar e procedimentos biliares/cirurgia.

Caso

IGG, 64 anos, hipertensa, etilista social e tabagista (106 maços/ano). História de colecistectomia em julho de 2018, por coletilíase, evoluindo sem intercorrências. Em fevereiro de 2019, iniciou quadro de acolia fecal, colúria e icterícia (icterícia obstrutiva), compareceu ao hospital, foi diagnosticado coledocolitíase. Realizado CPRE (colangiopancreatografia retrógrada endoscópica), em 17/05, que mostrou hepatocolédoco com estenose em terço médio, sem cálculo residual, levantada suspeita clínica de colangiocarcinoma, e passagem de prótese plástica além da área estenosada. Em 04/06, foi realizada ressecção de via biliar principal, com reconstrução em Y-Roux e linfadenectomia. Histopatológico (04/06): adenocarcinoma moderadamente diferenciado (tumor de Klatskin), infiltrando toda a extensão da parede e ducto cístico. Encontrava-se em pós-operatório tardio (D30), quando apresentou infecção de sítio cirúrgico, sem quadro febril. Em 05/06, foi reabordada cirurgicamente, evidenciado abscesso hepático no intraoperatório, o qual foi drenado e iniciada antibioticoterapia empírica com cefepime e metronidazol. Cultura da secreção (06/07): Klebsiella pneumoniae ssp pneumoniae, multissensível. Antibioticoterapia descalonada para ceftriaxona e mantido metronidazol, por 21 dias, via intravenosa. Permaneceu com dreno hepático por 19 dias. Evoluiu com melhora clínica, sem febre. Recebeu alta hospitalar, em uso de ciprofloxacino e metronidazol, via oral, por mais três semanas, além de acompanhamento ambulatorial.

Conclusões/Considerações finais

Este caso é interessante, de diagnóstico ocasional durante reabordagem cirúrgica, sem clínica sugestiva de abscesso hepático. Além disso, evidencia dois mecanismos etiopatogênicos possíveis: doença do trato biliar com obstrução por neoplasia, levando a proliferação bacteriana no trato biliar, colangite ascendente e invasão do parênquima hepático; e procedimentos invasivos terapêuticos (pós stent biliar/cirurgia abdominal).

Palavras-chave

Abscesso hepático; diagnóstico ocasional

Área

Clínica Médica

Autores

Tamiris Marques Pereira, Glaura Martha Florim Terra, Raiane Fonseca Herdy