15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

SEPSE E INFECÇÃO SECUNDÁRIA CAUSADAS POR ACIDENTE COM ARRAIA DE ÁGUA DOCE NO INTERIOR DO ESTADO DO ACRE: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

Introdução/Fundamentos: Caso clínico de acidente por arraia de água doce complicando para quadro de sepse, síndrome de resposta inflamatória, e celulite, infecção cutânea comum.

Objetivos

Objetivo: Apresentar relato de caso sobre acidente por arraia de água doce e suas complicações.

Caso

Caso: Paciente do sexo masculino, 48 anos, residente no município de Feijó, estado do Acre, procurou atendimento em Unidade Básica de Saúde (UBS) referindo lesão em tornozelo esquerdo por acidente com arraia de água doce. Na UBS, foram realizadas lavagens superficiais e curativos por 9 dias, sem melhora do quadro, que evoluiu com ferida secretiva, sanguinolenta e purulenta. Diante do quadro, foi administrado Penicilina G Benztina, havendo melhora da secreção. Após 15 dias do acidente, o enfermo procurou novamente assistência médica referindo piora do quadro com dor intensa e febre. A conduta terapêutica foi internação imediata para o seguimento apropriado. Ao exame físico, foi detectada icterícia, edema bilateral em membros inferiores com Sinal de Godet positivo, celulite extensa em membro inferior esquerdo, hepatoesplenomegalia e sepse confirmada por exames laboratoriais apontando leucocitose, PCR elevado, hiperlactatemia, hiperbilirrubinemia e função hepática alterada, além de valores aumentados de bilirrubina direta e indireta caracterizando a icterícia severa. Dentro desse cenário, foi administrado Ciprofloxacino 200mg, debridamento com o auxílio de colagenase, solicitada cultura e antibiograma da secreção da ferida, revelando que não houve desenvolvimento de microrganismos patogênicos na amostra e avaliação vascular, descartando, deste modo, possível quadro de síndrome compartimental. Por conseguinte, houve evolução sem notável melhora do quadro e realizou-se drenagem de coleções purulentas em face interna de coxa, panturrilha e tornozelo esquerdos, resultando em alívio imediato da dor e melhora clínica. Após 23 dias de internação, o paciente obteve alta hospitalar e foi encaminhado ao serviço de fisioterapia, sem demais sequelas.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões/Considerações finais: Os acidentes envolvendo ferroadas de arraias de água doce são muito comuns nos rios da Amazônia. Por serem venenosos e traumatizantes, esses acidentes podem provocar complicações e morbidez importantes. Apesar disso, esses acidentes são geralmente subnotificados. Estudos epidemiológicos, notificação dos casos e divulgação de informações são importantes medidas profiláticas para prevenção e consequente redução dos acidentes.

Palavras-chave

Acidente Por Arraia; Ferroada; Complicação; Sepse; Celulite

Área

Clínica Médica

Autores

Leandra Novais Batista, Eduardo Vasconcelos Passos, Joyce Christhina Martins Silva, Louise Costa Neves