15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Abscesso cerebral na infância como consequência de doença de base: relato de 19 casos em hospital pediátrico

Introdução/Fundamentos


Abscessos cerebrais são acúmulos de pus no interior do parênquima cerebral. Suas causas incluem infecções locais e sistêmicas, traumas cranioencefálicos, procedimentos neurocirúrgicos e causas desconhecidas. A etiologia bacteriana é altamente variável, dependendo de fatores como causa (caso seja infecção, qual o sítio primário), idade do paciente e seu nível de imunidade. Entre os agentes bacterianos mais comuns, encontram-se cocos anaeróbios, bacilos microaerófilos e anaeróbicos.
A pesquisa foi feita com base na análise dos prontuários de 19 pacientes que apresentaram abscessos cerebrais decorrentes de doença de base no do Hospital Pequeno Príncipe (Curitiba-PR) no período de janeiro de 2000 a setembro de 2013. Foi realizado um estudo retrospectivo observacional onde analisou-se os parâmetros: idade, sexo, doença de base, manifestações clinicas, agente etiológico, achados de exames tomográficos de crânio, características do líquor cefalorraquidiano e tratamento correlacionando-os com a apresentação de abscesso cerebral, assim como a evolução destes.

Objetivos

Apresentar a influência de fatores clínicos no desenvolvimento de abscesso cerebral decorrente de doença de base por meio do relato de 19 casos de crianças internadas no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba.

Caso

Foram analisados os prontuários de 19 crianças, 11 do sexo masculino e 8 do sexo feminino. A idade variou entre 2 a 15 anos. As infecções de base foram meningite, sinusite e otite média aguda. Na apresentação sintomatológica, todos os pacientes apresentaram febre associada a sintomas neurológicos, como: cefaleia, crises convulsivas, sonolência, hemiparesia, rigidez de nuca e estrabismo. Os abscessos eram únicos e localizados no lobo frontal.
O tratamento inicial foi o mesmo em todos os pacientes(associação de oxacilina, ceftriaxona e metronidazol via endovenosa), sendo que, a partir da identificação do agente etiológico, a antibioticoterapia fora descalonada ou não. Tratamento e diagnóstico envolveram tomografias computadorizadas de crânio. Houve necessidade de drenagem cirúrgica em 9 dos 19 dos casos. A duração do tratamento foi de, em média, 4 semanas, sendo usada a corticoterapia em 10 casos.Não houve óbitos.

Conclusões/Considerações finais

O abscesso cerebral é uma complicação que tem grande morbidade para o paciente, além da possibilidade de sequelas. Para o sucesso terapêutico, é imprescindível a administração rápida e eficaz da antibioticoterapia, além do acompanhamento clínico e por meio de tomografias de crânio.

Palavras-chave

abscesso encefálico ; infecção ; pediatria

Área

Clínica Médica

Autores

Daniela Branco Andreatta, Maria Fernanda Baptista Caldas, Giovanna Tramujas Kafka, Gabriella Balbinot Betencourt, Brisa de Almeida Mollmann, Ana Paula Trombetta Kappes