15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Meningite criptocócica associada à bola fúngica pulmonar em paciente imunocompente: relato de caso

Introdução/Fundamentos

A infecção criptocócica é causada pelos fungos Cryptococcus neoformans (CN) nas suas duas variedades, neoformans e gattii, que, respectivamente, causam infecção com mais frequência, em indivíduos imunocomprometidos e em hospedeiros imunocompetentes. Em humanos, a criptococose ocorre a partir da inalação do fungo aerolizado, causando desde uma colonização pulmonar assintomática até meningoencefalite por meio de disseminação hematogênica.

Objetivos

Relatar um caso de meningite criptocócica associada à bola fúngica pulmonar em um paciente imunocompetente.

Caso

’Paciente, agricultor, 48 anos, com quadro de cefaleia de forte intensidade há 20 dias, acompanhada de fotofobia, fonofobia, vômitos e dor cervical, fez uso de analgésicos sem melhora do quadro. Sem febre associada. Sem comorbidades, negava etilismo e tabagismo. Ao exame físico: bom estado geral, Glasgow 15, orientado, eupneico, sem alterações de ausculta cardíaca ou respiratória, apresentando rigidez de nuca com sinal de Brudzinski positivo. Análise do líquor com predomínio de células mononucleares, presença de leveduras em brotamento e cultura positiva para CN; tomografias computadorizadas do crânio e do tórax evidenciaram nódulos hipodensos centroencefálicos bilaterais com realce pós-contraste e uma formação expansiva nodular medindo cerca de 4x3,7cm em região posterior do lobo pulmonar inferior direito, respectivamente, sugerindo a presença de uma bola fúngica; Sorologias para HIV, Hepatite B, hepatite C e sífilis, todas negativas; Pesquisa de fungos e bactérias no escarro negativa; O tratamento foi iniciado com anfotericina B desoxicolato 50mg/dia, que foi substituída pela versão lipossomal 200mg/dia. Ambas causaram injúria renal. O paciente seguiu com fluconazol 400mg/dia e prednisona 12mg/dia, melhorando satisfatoriamente, com alta hospitalar. Após nove dias, apresentou síncope, piora do estado geral e tosse produtiva. O tratamento com anfotericina B lipossomal foi reintroduzido e fluconazol 800mg/dia. lobectomia à direita para retirada da bola fúngica a fim de evitar recidivas. O paciente recebeu alta hospitalar no 45º dia da segunda internação, mantendo uso de fluconazol e prednisona. Segue ambulatorialmente sem recidivas do quadro até o momento.

Conclusões/Considerações finais

O diagnóstico de criptococose causada pelo Cryptococcus neoformans é relacionado com imunocomprometimento, principalmente na forma disseminada da doença. Porém, em um terço dos pacientes ocorrem em imunocompetentes, devendo-se, portanto, lembrar desse diagnóstico.

Palavras-chave

INFECTOLOGIA; CRIPTOCOCOSE; MENINGITE FÚNGICA;

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL REGIONAL DE CACOAL' - Rondônia - Brasil

Autores

ELIANE COSTA DE OLIVEIRA COELHO, KETLIN BATISTA DE MORAIS MENDES, THAÍS ROCKENBACH GAONA LENZI, MATHEUS VIEIRA SANTOS , JOEL ALVES DE SOUZA PEIXOTO , BÁRBARA SILVESTRE VICENTIM