15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Cacinoma sebáceo extraocular: revisão integrativa

Fundamentação/Introdução

O carcinoma sebáceo (CS) é uma neoplasia agressiva que representa menos de 1% das malignidades cutâneas; é derivado do epitélio de glândulas sebáceas e pode aparecer em qualquer lugar do corpo onde estas estão, porém, normalmente se manifesta em região periorbital, classificando-se em ocular. Mesmo constituindo 25% das neoplasias sebáceas, há poucos relatos de caso de CS extraocular, raramente localizado em tórax.

Objetivos

Discutir acerca do CS extraocular.

Delineamento e Métodos

Revisão de literatura integrativa deflagrada em experiência acadêmica em oncologia onde foi presenciado um caso de paciente feminina, idosa, com diagnóstico de CS em mama direita. Foram pesquisados artigos em inglês e espanhol, com os descritores carcinoma, adenocarcinoma e neoplasms, publicados a partir de 2011 na SciELO, LILACS e UpToDate. Não foram encontrados artigos em português.

Resultados

O CS foi descrito pela primeira vez por Allaire, em 1981. Pode acometer qualquer local do corpo onde há glândulas sebáceas, porém, há poucos relatos de CS extraocular na literatura, sendo estes apresentados em homens (60%) e em região de cabeça e pescoço (65%). A forma extraocular é extremamente rara, porém está ligada a um melhor prognóstico, com menores agressão local e taxas de metastatização e morbimortalidade. Sua origem e patogênese não são muito bem esclarecidas, mas, por estar associado à presença de queratose actínica ou doença de Bowen, sugere ser derivado de uma neoplasia intraepidermal pré-existente. Apresenta-se como nódulo solitário, firme, amarelo-alaranjado, com crescimento lento e que pode estar ulcerado. Seu diagnóstico geralmente é tardio, pois a variada apresentação clínica mimetiza simples reações inflamatórias e sua análise histopatológica confunde com carcinoma de células escamosas ou basocelular. A histoquímica normalmente apresenta positividade para anti-EMA, adipofilina e receptores de andrógeno. O tratamento de primeira escolha é remoção cirúrgica com margens livres (técnica de Mohs) e radioterapia adjuvante, que oferece sobrevida global em 5 anos de 80% e livre de doença de 94%. Pela possível recidiva e alta mortalidade, é necessário seguimento a longo prazo.

Conclusões/Considerações finais

O CS extraocular é uma neoplasia rara com prevalência em homens e localizada em região de cabeça e pescoço. Devido a sua dificuldade diagnóstica, clínica e anatomopatológica, é de extrema importância que haja conhecimento dessa entidade pela comunidade médica, a fim de evitar morbimortalidade pelo diagnóstico tardio.

Palavras-chave

carcinoma , adenocarcinoma sebáceo, neoplasia

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE - Santa Catarina - Brasil

Autores

Giulia Haendchen Fornasari, Sofia Floriani Toss, Sargeele da Silva, Jessica Santos Pereira, Leticia Olívia Cericato