15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Carcinoma Neuroendócrino de Bexiga: relato de caso

Introdução/Fundamentos

O carcinoma neuroendócrino da bexiga (CNB) é um tipo de tumor extremamente raro (correspondendo 0,35 – 0,70% de todos os tumores da bexiga), cujos fatores de risco para sua ocorrência são desconhecidos. Sua incidência é maior em indivíduos do sexo masculino, com uma proporção de 5:1 em relação ao sexo oposto, e idade média de 67 anos. O principal sintoma é a hematúria macroscópica, tendo outros sintomas ocasionalmente presentes como obstrução uretral, disúria, micção obstrutiva, infecções recorrentes do trato urinário, noctúria, dor abdominal, perda de peso, síndromes paraneoplásicas. É um tumor caracterizado por um curso clínico agressivo, disseminação metastática precoce e prognóstico ruim com uma expectativa de vida média de apenas alguns meses. Devido à raridade deste tumor, não foram realizados estudos prospectivos para avaliar os tratamentos ideais.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente do sexo feminino com carcinoma de células pequenas de bexiga, abordando os aspectos do diagnóstico, sintomatologia e tratamento adotado.

Caso

Paciente VLBR, 66 anos, sexo feminino, atendida no dia 24/04/2017 apresentando retenção urinária, relata poliúria, urgência miccional e hematúria macroscópica há 2 semanas. Foi solicitada cistoscopia com biópsia e evacuação de coágulos. A tomografia (TC) abdominal mostrou uma massa heterogênea, com realce irregular pelo meio de contraste, áreas não captantes no seu interior, sugestivas de necrose. Havia uma sugestiva invasão na parede posterolateral direita da bexiga, associado a coágulos sanguíneos adjacentes. Foi observado uma hidronefrose, importante redução da espessura do parênquima renal direito e linfonodomegalias retroperitoneais. A análise anatomopatológica de parede lateral direita da bexiga comprovou a neoplasia maligna pouco diferenciada de células pequenas redondas e azuis, extensamente necrótica. Foram feitas 5 sessões de quimioterapia, com camptosar e cisplatina, e em seguida 25 sessões de radioterapia, evoluindo com metástase pulmonar.

Conclusões/Considerações finais

Nota-se que a literatura científica ainda apresenta um número pouco expressivo de estudos voltados ao carcinoma de células pequenas de bexiga, apresentando uma deficiência em uma conduta de tratamento. Com isso, relatos de caso como este, apresentam um grande valor como uma forma de extrairmos informações sobre o tratamento em diversos casos, assim como uma revisão de literatura, com o intuito de atingirmos uma melhor eficiência para seu diagnóstico e tratamento em casos como este.

Palavras-chave

Carcinoma; Quimioterapia; Radioterapia; Metástase.

Área

Clínica Médica

Autores

João Paulo Lourenço Gadelha, Jéssica Castro da Silva, Guilherme Ribeiro Dib, Eduardo Schlindwein Stolt