15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Vasculite pós-Febre de Chikungunya: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

Introdução: A Febre de Chikungunya é uma doença recém-chegada ao Brasil e que apresenta expressiva incidência. Muitas das suas complicações, assim como o manejo das mesmas, ainda não foram bem descritas.

Objetivos

Objetivos: Descrever uma complicação rara da Febre de Chikungunya, bem como o diagnóstico do quadro, tratamento e resultados.

Caso

Relato de caso: Relato de caso de paciente acometido com vasculite pós-Chikungunya internado em hospital privado do Rio de Janeiro.
F.W.S.N, masculino, 39 anos, sem comorbidades conhecidas, dá entrada no pronto-socorro (PS) com quadro de febre e artralgia de início súbito em um contexto de epidemia de arboviroses. Sendo medicado e liberado com analgésico e antitérmico.
Após 07 dias do início do quadro evolui com surgimento de eritrodermia, associado a flictenas em extremidades e lesões ulceradas em palato, mucosa jugal e descamação em lábios.
No dia seguinte, procura ajuda especializada em instituição de referência pois apresenta quadro de paralisia de membros inferiores com arreflexia. Quadro associado à paresia importante em membros superiores.
Especialista solicita sorologia para arboviroses e indica internação para tratamento com imunoglobulina venosa 40g 1 vez ao dia por 05 dias, associado a corticoterapia com prednisona 1mg/kg/dia para tratamento de vasculite por Febre de Chikungunya.
Sorologia para Febre de Chikungunya demonstra:
- Anticorpo anti-Chikungunya IgM – reagente (8 vezes o valor de referência)
- Anticorpo anti-Chikungunya IgG – reagente (2 vezes o valor de referência)
Exames laboratoriais de admissão não apresentavam disfunção orgânica, apenas leucopenia com linfopenia.
Realizado biópsia de região periumbilical que demonstra: “epiderme com necrose de ceratinócitos e acometimento do plexo vascular superficial com edema endotelial, sem necrose fibrinoide. Infiltrado linfocitário e extravasamento de hemácias.”
Paciente evolui com descamação completa da pele e melhora do quadro neurológico. Recebe alta após 07 dias de internação para ambulatório de follow-up para desmame de corticoide e acompanhamento do caso.
Após desmame lento, hidratação da pele e cuidados com fotoproteção, evolui com melhora total dos sintomas, retomando as suas atividades diárias sem comprometimento.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: O paciente apresentou uma complicação rara da Febre de Chikungunya, tido como o 3° caso diagnosticado no estado. Este é um caso bem documentado e que foi acompanhado desde o rompimento do horizonte clínico até o fim da fase clínica da doença.

Palavras-chave

Vasculite; Febre de Chikungunya; Chikungunya; arbovirose; eritrodermia.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Pasteur - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Warlley Labrujo, Luis Gustavo Corrêa Guimarães Gomes Confessor, Ricardo Fraga de Lemos Barros, Rodrigo Martins Teixeira