15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

O PAPEL DO ÔMEGA-3 E ÔMEGA-6 NAS MANIFESTAÇÕES ALÉRGICAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.

Fundamentação/Introdução

Fundamentação/Introdução: A predisposição genética é o principal fator para a ocorrência de manifestações alérgicas, mas atualmente sugere-se que o desequilíbrio entre a ingestão de ácidos graxos poliinsaturados ômega-6 (n-6) e ômega-3 (n-3) pode exercer influência na resposta imunológica. Observou-se que, nas últimas décadas, houve um aumento da ingestão dietética de ácidos graxos n-6, como os ácidos linoleico e araquidônico, simultâneo à ingestão diminuída de n-3, como os ácidos docosahexanóico, eicosapentanóico e docosapentanóico.

Objetivos

Objetivos: Realizar uma revisão integrativa a respeito dos efeitos do ômega-3 e ômega-6 sobre doenças alérgicas.

Delineamento e Métodos

Delineamento e Métodos: A busca foi realizada na base de dados PubMed e SCIELO, utilizando os descritores omega-3 OR omega-6 AND allergy.

Resultados

Resultados: Foram analisados 62 artigos, dos quais 9 foram selecionados para esta revisão. Os artigos que tratavam de outros imunomoduladores e de doenças não alérgicas foram descartados. Os altos níveis de n-6 parecem estimular a diferenciação de células T em células T helper do tipo 2, que induzem a produção de imunoglobulinas E, as responsáveis por produzir reações alérgicas. De acordo com artigo de revisão, a prostaglandina D2 e os cisteinil leucotrienos (derivados do ácido araquidônico) funcionam como potentes broncoconstritores nas inflamações alérgicas aéreas. Em análise combinada de 18 coortes de nascimento, a ingestão materna de peixe durante a gestação não foi associada a sintomas de sibilância de descendentes, nem ao risco de asma infantil e rinite alérgica na idade escolar. Por outro lado, em estudo de coorte com 91 crianças, a suplementação de ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa atrasou significativamente o tempo até a primeira doença alérgica e resultou em uma tendência à redução da sibilância/asma. Já em adultos, a suplementação por 3 semanas com óleo de peixe com grande quantidade de n-3 reduziu significativamente a gravidade da broncoconstrição induzida pelo exercício em atletas de elite, melhorando a função pulmonar e reduzindo a inflamação das vias aéreas e o uso de broncodilatadores.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões/Considerações Finais: Conclui-se que o ômega-3 pode estar ligado à menor incidência de doenças alérgicas, enquanto altos níveis de ômega-6 podem representar um fator de risco para estas doenças. Mais estudos a respeito do assunto teriam grande valor científico, visto que alterações na dieta seriam uma maneira efetiva e menos onerosa de tratar e prevenir alergias.

Palavras-chave

omega-3; omega-6; allergy.

Área

Clínica Médica

Autores

Juliana Pitchinin Pereira Dias, Flavia Simonato, Luana Mary Pietreski Silva, Maria Luiza Lago Dall'Agnol, Alexandra Czepula