15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) com manifestação neurológica inicial: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune, multifatorial, caracterizada pela produção de autoanticorpos, formação e deposição de imunocomplexos, inflamação em diversos órgãos e dano tecidual. A doença pode acometer qualquer parte do corpo humano, inclusive o olho, refletindo atividade sistêmica da doença. As manifestações neurológicas como sintomatologia inicial do LES são raras e escassas na literatura.

Objetivos

O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um paciente com neuropatia óptica isquêmica associada a retinopatia proliferativa secundária ao LES em associação à teste treponêmico em altos títulos, cuja manifestação inicial foi de redução súbita da acuidade visual bilateral, associada a lesões eritemato-descamativas. Paciente foi internado em acompanhamento conjunto no serviço de Infectologia/Reumatologia do Hospital Regional de Taguatinga do Distrito Federal para investigação da amaurose e quadro infeccioso, chegou-se ao diagnóstico provável de LES com manifestação neurológica inicial e melhora progressiva após pulsoterapia.

Caso

Paciente de 23 anos, com história prévia de hipertireodismo e acidente vascular encefálico isquêmico sem sequelas, admitido no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) com diminuição da acuidade visual bilateralmente progressiva há um mês, associada à cefaleia parietal diária de moderada intensidade e febre noturna, não aferida. Ademais, apresentava-se com melasma em região malar, lesões eritemato-descamativas em região palmar bilateralmente e perda ponderal de 5 kg em um mês.
Inicialmente, levantado hipótese de sífilis, já que demonstrava um aumento do VDRL (de 1:8 para 1:16) com teste treponêmico positivo e em exame oftalmológico compatível com retinite/vasculite infecciosa. Iniciada terapêutica com penicilina benzatina 5000000 UI associada a corticoterapia por 28 dias, sem melhora significativa. Entretanto, não se poderia descartar doença auto-imune. Por isso, solicitado marcadores de autoimunidade que evidenciaram FAN reagente em padrão nuclear pontilhado (1/1280), p-ANCA reagente (1/160) associado a anti DNA positivo e anti-SM positivo em altos títulos. Iniciada pulsoterapia com ciclofosfamida e manutenção com azatioprina, com melhora progressiva.

Conclusões/Considerações finais

Conclui-se com o relato de caso exposto é de extrema valia a
realização de estudos acerca do tema, já que o prognóstico visual
em pacientes que apresentam retinopatia vaso-oclusiva por LES é baixo, podendo o mesmo ser útil para avaliação de outros casos semelhantes no país.

Palavras-chave

Lupus Eritematoso Sistêmico, Retinopatia por Lupus, Amaurose, Relato de caso

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Regional de Taguatinga - Distrito Federal - Brasil

Autores

Tania Maria Liete Antunes de Oliveira, Carolina Rocha Silva , Rauany Fiuza Braga Pires de Melo, Lara de Paula Sousa, Rayanne Garrido Monteiro de Andrade, Luciana Evangelista de Farias Teixeira