15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS NOTIFICADOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NO MUNICÍPIO DE ARAGUAÍNA-TO NO ANO DE 2017

Fundamentação/Introdução

A sífilis congênita é o resultado da disseminação hematogênica do Treponema pallidum, da gestante infectada não-tratada ou inadequadamente tratada para o concepto, por via transplacentária. No Brasil, as taxas de soropositividade para sífilis em mulheres na idade fértil variam entre 1,5 e 5,0%, com níveis mais elevados em grupos de baixo nível socioeconômico e acesso mais complexo à educação e aos serviços de saúde. É um exemplo de doença que pode ser detectada e tratada durante o pré-natal, sendo a triagem para presença da infecção altamente efetiva.

Objetivos

Apresentar o perfil epidemiológico dos casos de sífilis congênita notificados no município de Araguaína- TO, durante o ano de 2017.

Delineamento e Métodos

Foi realizado um estudo do tipo retrospectivo e descritivo dos casos de sífilis congênita através das fichas do SINAN (Sistema de Informações de Agravos e Notificações). Após a finalização da coleta das informações, os dados foram analisados e tabulados nos programas Excel e EpiInfo.

Resultados

Foram notificados 281 casos de sífilis congênita no estado de Tocantins, dentre eles 102 (36,29%) ocorreram em Araguaína. Em relação ao sexo dos recém-nascidos 46 (45,09%) foram com o sexo masculino e 56 (54,91%) com o sexo feminino. 100 (98,03%) foram confirmados em até 6 dias de vida, 2 (1,97%) confirmados entre 28 dias a menos de 1 ano. Quanto ao pré-natal 94 genitoras (92,15%) realizaram o pré-natal, 7 (6,86%) não realizaram o pré-natal e 1 (0,98%) foi ignorado. Quanto ao diagnóstico das mães com sífilis 71 (69,60%) foram diagnosticadas durante pré-natal, 28 (27,45%) no momento do parto/ curetagem, 2 (1,96%) após o parto e 1 (0,98%) foi ignorado. Quanto ao tratamento dos parceiros 13 (12,74%) realizaram tratamento, 83 (81,37%) não foram tratados e 6 (5,88%) ignorados. Em relação à evolução tratamento 97 (95,09%) permaneceram vivos, 4 (3,92%) foram à óbito e 1 (0,98%) ignorado. Por fim, todos os casos foram considerados sífilis congênita recente.

Conclusões/Considerações finais

Observou-se maior número de casos nos recém-nascidos do sexo feminino e a maioria foram confirmados antes da primeira semana de vida. A maioria dos casos são diagnosticados no pré-natal, o que demonstra a importância de realização correta do mesmo. Quanto ao tratamento dos parceiros mais de 80% não realizaram o tratamento adequado, o que pode aumentar os riscos de reinfecção ou falha no tratamento. Quanto à evolução a grande maioria permaneceram vivos e não apresentaram complicações.

Palavras-chave

sífilis congênita, pré-natal, notificação.

Área

Clínica Médica

Autores

Délio Rubens Belém Rosa, Paula Cecília Pessoa do Nascimento, Rosangela do Socorro Pereira Ribeiro