Dados do Trabalho

Título

Reativação da Hepatite B Crônica em paciente com recidiva de linfoma

Introdução/Fundamentos

A infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) apresenta distribuição universal, reconhecendo-se a existência de mais de 350 milhões de portadores crônicos. Entre as principais causas de hepatite crônica está à mutação pré-core do vírus HBV, sendo que pacientes já tratados com imunoterapia ou quimioterapia, possuem riscos maiores dessa reativação.

Objetivos

Relatar um caso de reativação da Hepatite B crônica com mutação pré-core numa paciente com recidiva de linfoma.

Caso

paciente feminina, 72 anos, procurou atendimento em um hospital terciário da região metropolitana do Rio Grande do Sul por icterícia iniciada há dois dias. Paciente referiu história de hepatite viral há 30 anos, sem especificação. Após busca ativa em prontuário, constatou-se a presença das sorologias virais prévias: HbsAg não reagente; anti-HBC total reagente e anti-HBs não reagente. Na semana anterior ao atendimento, apresentou náuseas, vômitos e colúria. Há alguns meses, queixou-se de inapetência, associada a emagrecimento e distensão abdominal pós-prandial. Diagnosticada há 2 anos com recidiva de linfoma em região axilar, necessitando de sessões de quimioterapia. Ao exame físico apresentou icterícia em esclerótica e tegumento, além de extensos sinais de insuficiência venosa periférica. Foram solicitados exames laboratoriais, encontrando-se aminotransferases muito alteradas (ALT: 1130 U/L e AST: 4447 U/L), fosfatase alcalina 193 U/L e gama-glutamiltransferase 297 U/L. Também foi solicitada uma ecografia abdominal, encontrando-se fígado com dimensões e contornos normais e ecogenicidade homogênea. Vias biliares intra e extra-hepáticas sem dilatação, pâncreas de volume e ecogenicidade dentro da normalidade. Além disso, foram requeridas as seguintes sorologias virais: teste rápido de HIV não reagente, HBsAg reagente, Anti-HBC total reagente, Anti-HBC IgM reagente, Anti-Hbe reagente, HBeAg não reagente e carga viral de 3.363 UI/mL.

Conclusões/Considerações finais

Como demonstrado em alguns trabalhos, o tratamento quimioterápico pode ativar o vírus da hepatite B, mesmo em pacientes ditos “curados”, tendo sido documentado em pacientes recebendo quimioterapia para tumores hematológicos (linfomas e leucemias), o que vem ao encontro com o caso acima, enfatizando que a imunossupressão pode conduzir à reativação do HBV, podendo ser induzida por agentes farmacológicos (quimioterápicos e/ou imunomoduladores) ou ainda por agentes infecciosos, fazendo-se necessária a profilaxia com antiviral nesses casos.

Palavras-chave

Palavras- chave: Hepatite B, mutante pré-core, linfoma, flare

Área

Clínica Médica