15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DA DOENÇA ASMÁTICA: COMPARAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA ENTRE BRASIL E ESTADOS UNIDOS

Fundamentação/Introdução

Em 2018, a Global Asthma Report divulgou um documento indicando que os dados de asma entre região Sul e Sudeste do Brasil poderiam se assemelhar com os dos Estados Unidos. Essa doença, a qual afeta aproximadamente 300 milhões de pessoas no mundo, acomete, no Brasil, 20 milhões de habitantes, ocasionando cerca de 300 mil internações por ano, sendo 4ª maior causa de hospitalização do país.

Objetivos

Comparar os dados de prevalência, o número de internações e de óbitos por asma na região Sul e Sudeste do Brasil com os Estados Unidos entre os anos de 2013 a 2018 para confirmar a premissa do periódico.

Delineamento e Métodos

Foi realizado um estudo ecológico de perfil epidemiológico que utilizou dados a partir das plataformas DataSUS e National Health Statistics Reports.

Resultados

Na região Sul e Sudeste do Brasil, a prevalência de asma foi de 9,3% (7,5% em homens e 9,6% em mulheres) e 20% entre crianças em idade escolar (entre 5 e 10 anos); 42.736 internações (7,3% de todas internações nacionais), tendo uma média de 3,4 dias de permanência; 311 óbitos na região Sul e Sudeste. Já nos Estados Unidos a prevalência foi de 8,2% na população adulta (7,0% em homens e 9,3% em mulheres) e de 9,6% em jovens de 0 a 17 anos; 456.000 internações (299.000 entre os adultos e 157.000 entre jovens com idade de 0 a 17 anos); 3.447 óbitos.

Conclusões/Considerações finais

Concluiu-se que o perfil epidemiológico da asma no Sul e Sudeste brasileiro é semelhante ao apresentado nos Estados Unidos, o que corrobora a premissa e os dados apresentados na Global Asthma Report. Esse fato coloca tais países em situações semelhantes em relação aos dados de prevalência de asma lábil e severa entre jovens de com idade entre 0 a 17 anos e percentagem de internação e admissões nas emergências por exarcebações. Porém, também foi possível analisar que a mortalidade foi maior no Brasil em comparação aos Estados Unidos, uma vez que, somente no ano de 2013 houve 2.047 mortes em todo o Brasil contra 3.447 mortes nos Estados Unidos no período de 5 anos. Tais dados, provavelmente, se devem à baixa escolaridade, fato que reflete, em muitos pacientes, má adesão ao tratamento acompanhada de problemas na técnica de uso dos dispositivos inaladores. Consequentemente, o risco para exacerbações aumenta, bem como o risco de óbito.

Palavras-chave

Asma
Epidemiologia
Estudo Ecológico

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade Luterana do Brasil - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Tales Barros Cassal Wandscheer, Guilherme Zamboni Villa, Maria Manuela Ritondale Sodré de Castro, Victor Viecceli Villarinho, Vitor Leonetti Corrêa