15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Febre Reumática complicada com Coreia de Sydenham sem comprometimento cardíaco: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

A Coreia de Sydenham (CS) é um distúrbio de movimento hipercinético com hipotonia muscular e movimentos balísticos de membros superiores, involuntários, que se agravam com estresse e melhoram ao dormir. É uma complicação da Febre Reumática (FR).

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente jovem com FR complicada com CS, sem comprometimento cardíaco.

Caso

Paciente R.S.S., 13 anos, estudante, sexo feminino, internada com queixa de agitação psicomotora, concomitante inquietação e insônia, apresentando movimentos desordenados e involuntários com os braços, pernas e cabeça, dificuldade de deambular, desencadeados por um estresse emocional devido a uma cólica menstrual e que melhora ao dormir. Associado ao quadro, apresentou tosse seca, não ventilatório dependente. Negou febre. Relatou internação prévia em Unidade de Pronto Atendimento por quadro de Faringoamigdalite de repetição, sendo realizado tratamento com Penicilina Benzatina. Há história de asma na infância. Em relação à história patológica familiar, possui uma prima de primeiro grau com diagnóstico de FR aos 12 anos. Ao exame físico geral, notou-se movimentos coreicos desordenados e involuntários em membros inferiores e superiores; orofaringe sem sinais de infecção; aparelho respiratório com murmúrio vesicular presente, sem ruídos adventícios; aparelho cardíaco com ritmo regular em dois tempos, sem sopros audíveis. Foi submetida a Ecocardiografia, que não evidenciou acometimento de valvas cardíacas. Os exames laboratoriais realizados evidenciaram: leucócitos 7.900; 71% de segmentados; 19% de linfócitos; plaquetas 176.000; proteína C reativa 1,11; Fator reumatoide < 8 UI/mL; Antiestreptolisina O 200 UI; Velocidade de hemossedimentação 40 mm/h. Paciente foi diagnosticada com FR complicada por CS, sem comprometimento cardíaco. Foi iniciado tratamento com Haloperidol e Prometazina. Após estabilização do quadro coreico, paciente estava de alta hospitalar com encaminhamento ao ambulatório de reumatologia para acompanhamento e profilaxia secundária.

Conclusões/Considerações finais

A FR acomete com mais frequência o sexo feminino (2:1), há predisposição genética e a idade de acometimento é entre 5 a 15 anos, sendo a CS uma manifestação maior em 20% a 40% dos casos. O tratamento engloba a erradicação do estreptococo, profilaxia secundária e antagonistas dos receptores de dopamina.

Palavras-chave

Coreia de Sydenham, Febre Reumática, Haloperidol.

Área

Clínica Médica

Autores

Alanna Masciel Nascimento, Renato Miranda Ramalho Filho, Ayla Caroline Eduardo Canedo Aguiar, Vitória Gomes Canedo