Dados do Trabalho
Título
ERENUMABE E A IMUNOTERAPIA APLICADA AO TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA MIGRÂNEA CRÔNICA
Fundamentação/Introdução
A migrânea, ou enxaqueca, é um distúrbio de caráter crônico e significativamente incapacitante, o qual, em muitos casos, representa desafio clínico e farmacológico. Nos últimos anos, a imunoterapia ganhou verdadeiro destaque nessa ceara, cujo erenumabe, um anticorpo monoclonal humano inibidor de receptor relacionado ao gene da calcitonina (CGRP), tem sido apresentado como imunoagente eficaz na prevenção e tratamento destes quadros.
Objetivos
Investigar o perfil terapêutico do erenumabe e seus impactos na terapia da enxaqueca crônica.
Delineamento e Métodos
Baseando-se no protocolo PRISMA, descritores como “migraine” e “erenumab” foram elencados no Pubmed, Embase, SciELO e Cochrane, de 2008 a 2019. A metanálise foi executada por meio do R software v3.5, considerando p<0,01 significativo.
Resultados
Dos 879 artigos triados, 7 atenderam aos critérios de inclusão/exclusão, compondo a seleção final. Os trabalhos eram todos do tipo ensaio clínico, registrados na NIH/USA. Analisou-se um total de 3996 pacientes acometidos por migrânea crônica, acompanhado por 3 meses, sendo 1267 tratados com erenumabe na dose de 70mg, 1004 tratados na dose de 140mg e 1725 pacientes comporam o grupo placebo. Os pacientes tinham média de 42±11,2 anos de idade, 69,6% já faziam terapia preventiva específica para migrânea – com falhas – e 82,7% eram mulheres (p<0,01; OR=21,9). Os pacientes tiverem melhores taxas de redução clínica de crises, tanto no grupo de 70mg (p<0,01; OR=2), quanto 140mg (p<0,01; OR=2,46), comparados ao grupo placebo, contudo, não houve diferença se o paciente foi tratado com 70mg ou 140mg (p=0,2). Ademais, as médias de dias por mês acometidos por migrânea foram significativamente menores tanto no grupo de 70mg (p<0,01; MD=-1,5), quanto de 140mg (p<0,01; MD=-1,97). Para além, não houveram correlações estatísticas em relação a quaisquer efeitos colaterais encontrados nos grupos 70mg (p=0,6) ou 140mg (p=0,6), comparados ao placebo, nem colaterais que resultaram na interrupção da terapia (p=0,7 e p=0,9).
Conclusões/Considerações finais
Denota-se escassez de estudos avaliativos na área, especialmente no Brasil, o qual nenhum estudo foi incluído. Nossa investigação evidenciou que o CGRP tem participação relevante na fisiopatologia da migrânea, assim como os anti-CGRP monoclonais, os quais exibem especificidade de alvo apurada, melhoram o prognóstico dos pacientes, apresentam baixos níveis de efeitos colaterais, além de serem adequados para a prevenção de enxaquecas.
Palavras-chave
Transtornos de Enxaqueca; Anticorpos Monoclonais; Imunoterapia.
Área
Clínica Médica
Instituições
LAMIC - LIGA ACADÊMICA DE MEDICINA INTERNA E CIRÚRGICA - Bahia - Brasil, UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - Bahia - Brasil
Autores
JOÃO HENRIQUE FONSECA NASCIMENTO, ADRIANA GRAÇA COSTA UNFRIED, ADRIANO TITO SOUZA VIEIRA, BENJAMIM MESSIAS DE SOUZA FILHO, ANDRÉ GUSMÃO CUNHA, ANDRÉ BOUZAS DE ANDRADE