15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Caso Clínico: A importância da suspeita diagnóstica de fratura de estresse em pacientes com Artrite Reumatoide e uso prévio de Corticosteroides

Introdução/Fundamentos

Elkayam O, et al (2000, p.5) discute como fraturas de estresse podem ser subdiagnosticadas em pacientes com quadros reumáticos prévios por se apresentarem com sintomas que inicialmente sugerem uma exacerbação do quadro reumático. Segundo Soubrie M, et al (2008, p.1), fraturas por estresse ocorrem quando as cargas aplicadas a um osso excedem a resistência mecânica, essas fraturas foram divididas em dois grupos: fraturas por fadiga, nas quais o estresse mecânico anormal é aplicada a um osso normal, e fraturas por insuficiência (FI), que ocorre após pressão moderada ou normal aplicada a um osso que tenha resistência diminuída. Ainda neste trabalho Soubrie et al, como fator predisponente para FI o uso de corticosteroides e como fator de risco a Artrite Reumatoide (AR).

Objetivos

Destacar a importância da suspeita diagnóstica de fraturas de estresse em pacientes com histórico de uso crônico de corticosteroides, especialmente AR, em tratamento medicamentoso com bom controle da doença de base e que de forma aguda apresentam dor e edema em local articular ou periarticular.

Caso

M.S.A.F., paciente do sexo feminino, 53 anos, com diagnóstico AR soropositiva há 16 anos, também portadora de dislipidemia e fibromialgia, atualmente em tratamento para AR com Tocilizumabe 80 mg 9 frascos 30/30 dias desde 2017, Metotrexate 2,5 mg 6 comprimidos/semana, Ácido Fólico 5 mg/semana, também está em uso de Amitriptilina 25 mg após o jantar, Fluoxetina 40 mg pela manhã e Sinvastatina 20 mg após o jantar. Apresentava em consulta anterior, bom controle clínico e laboratorial com valores de determinação de velocidade de hemossedimentação de 11 mm na 1ª hora e de determinação quantitativa de proteína C reativa menor que 0,5 mg/dl. Já fez uso de Adalimumabe de 2012 a 2016 e Prednisona de 2003 a 2012. Compareceu ao serviço ambulatorial de Reumatologia para infusão do biológico, referindo que ao iniciar deambulação, passou a sentir dor aguda no pé direito, seguido de edema no dorso, próximo aos 3º e 4º metatarsofalangeanos e arroxeamento dos dedos correspondentes. Com a suspeita de que poderia ser uma fratura de estresse, foi realizado exame de raios X, que confirmou esta hipótese.

Conclusões/Considerações finais

Mesmo pacientes que não fazem mais o uso de corticosteroide e que estão apresentando bom controle da AR podem estar expostos a uma fratura de estresse por insuficiência. Dessa forma, sempre temos que ter em mente como uma possibilidade diagnóstica em casos de dor e edema em pacientes com esse quadro de base.

Palavras-chave

Fratura de estresse, Artrite Reumatoide, Corticosteroides

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Estadual de Maringá - Paraná - Brasil

Autores

Iago Amado Peres Gualda, Henrique Hoichi Borim, Sueny de Paula Monarin, Pedro Henrique Pelissari, Paulo Roberto Donadio