15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

O impacto da obesidade em pacientes de uma unidade de terapia intensiva na cidade de Curitiba

Fundamentação/Introdução

A obesidade é um dos principais problemas de saúde pública enfrentado atualmente por diversos países. Esta pode interferir na evolução da doença e nos resultados das intervenções aplicadas em pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI). No entanto, a relação entre peso corporal e mortalidade em pacientes críticos ainda é controversa. Escores como o APACHE (Acute Physiologic Chronic Health Evaluation) ainda não levam em conta a obesidade como um fator de prognóstico independente.

Objetivos

Conhecer os aspectos influenciados pela obesidade em pacientes acima de 18 anos internados nas UTI’s de um hospital no município de Curitiba – PR.

Delineamento e Métodos

Caráter observacional, retrospectivo e descritivo. Consistiu em análise de prontuários médicos do serviço de medicina intensiva entre jan/2016 e fev/2018, inseridos em tabela no Excel. Os critérios observados foram: sexo, idade, dias de internação, IMC, dados vitais nas primeiras 24 horas, exames laboratoriais, comorbidades, variáveis de desfecho na UTI, Score APACHE e mortalidade. Os dados foram analisados com o programa Stata/SE v.14.1. Em relação a variáveis quantitativas, foi usado o teste t de Student para amostras independentes ou o teste não-paramétrico de Mann-Whitney. Variáveis categóricas foram analisadas considerando-se o teste exato de Fisher. Valores menores que 0,05 foram considerados significativos.

Resultados

104 prontuários de pacientes obesos foram analisados e pareados na proporção de 2:1 com uma população não obesa, levando em consideração sexo e idade, totalizando 312 prontuários. Foi encontrada significância (p<0,05) entre o grupo de obesos e o controle nos parâmetros: FiO2, creatinina, dislipidemia e diabetes mellitus. Identificou-se uma tendência de realização de traqueostomia maior em obesos, 53,9% no grupo obeso vs. 42,8% no grupo não obeso (p=0,072). Diferenças significantes entre o grupo obeso e o não obeso foram observadas no APACHE II Score e na média de dias de cuidados na UTI. Observou-se maior número de óbitos entre os obesos, com tendência à significância estatística (p=0,053), sugerindo que um aumento da amostra confirmaria maior mortalidade entre os obesos.

Conclusões/Considerações finais

É necessário cuidados específicos para obesos internados em unidades intensivas, a inserção da obesidade como parâmetro em escores de risco e novos estudos com amostras ampliadas para demonstrar a maior tendência de mortalidade entre os obesos.

Palavras-chave

obesidade; unidade de terapia intensiva

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Universitário Cajuru - Paraná - Brasil, Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Fernanda Letícia Perez Moraes, Cynthia Gastaldon, Ariele Barreto Haagsma , Luana Alves Tannous