15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Meningoencefalite criptocócica associada à terapia anti-TNF: relato de caso

Introdução/Fundamentos

Introdução/Fundamentos: A terapia com anti-TNF alfa tem sido cada vez mais utilizada no tratamento de doenças autoimunes. Com isso, observa-se aumento na incidência de infecções oportunistas com padrões diferentes do verificado com drogas imunossupressoras convencionais.

Objetivos

Objetivos: Relatar um caso de criptococcose por Criptococcus neoformans em paciente com retocolite ulcerativa (RCU) e terapia com anti-TNF alfa (Adalimumab).

Caso

Caso: Paciente masculino, 45 anos, com RCU resistente ao tratamento convencional, em uso há 3 meses de Adalimumab, internou em um hospital público com cefaleia, alteração visual e comportamental há 3 semanas e episódio de perda de consciência, febre baixa e diarreia no dia da internação. Exames na chegada: leucocitose neutrofílica, sorologias anti HIV, HbsAg, HCV, VDRL e toxoplasmose negativas, tomografia computadorizada (TC) de crânio sem alterações. Iniciado tratamento com ciprofloxacino e clindamicina, evoluiu com redução do nível de consciência (Escala de coma de Glasgow; ECG 4), hipertensão intracraniana, convulsões, anisocoria e estrabismo divergente. Punção lombar: pressão de abertura 18cmH²O, líquido cefalorraquidiano (LCR): pleocitose linfocítica, hipoglicorraquia e proteinorraquia elevada, pesquisa de antígenos e gram negativas. Necessitou intubação orotraqueal, ventilação mecânica, sedação e cuidados de terapia intensiva, foi substituído terapia para Ampicilina, Ceftriaxone, RHZE e Aciclovir. Nova TC de crânio: hipodensidades na cápsula interna bilateralmente e em mesencéfalo e realce leptomeníngeo difuso. Nova análise do líquor com exoantígeno para Cryptococcus positivo. Iniciado Anfotericina B e Fluconazol. Houve crescimento de C. neoformans em cultura do LCR e detecção de exoantígeno para Cryptococcus no sangue. Apresentou aumento das áreas de hipodensidade na TC de controle, achado associado à vasculite secundária à infecção, permanecendo em ECG 3 e pupilas anisocóricas e não-fotorreagentes após 18 dias sem sedação. Foram instituídos cuidados de final de vida e paciente apresentou parada cardiorrespiratória no 27º dia de internação, evoluindo a óbito.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões/considerações finais: Importante reforçar a associação estabelecida entre criptococcose e terapia com anti-TNF alfa. Essa associação e o relato de casos com desfechos desfavoráveis levantam preocupações quanto ao uso dessa terapia e deve elevar a suspeição diagnóstica dessa infecção nesse grupo de pacientes.

Palavras-chave

meningoencefalite; criptococose; anti-TNF

Área

Clínica Médica

Autores

Marina Silvestri Pauwelz, Jorge Henrique Silva Maroneze, Melise Faller Chagas, Abner Vieira Rodrigues, Vanessa da Silva Rigo