15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Hipotermia terapêutica pós-parada cardiorrespiratória em ambiente extra-hospitalar: uma revisão de literatura.

Fundamentação/Introdução

Após a resolução da parada cardiorrespiratória (PCR), com retorno da circulação espontânea (RCE), grande parte dos pacientes apresentam déficits neurológicos decorrentes da isquêmica orgânica. A Terapia do Controle de Temperatura (TCT) é uma opção para a prevenção desses danos e consequente aumento da sobrevida dos pacientes, no entanto ainda existem dúvidas quanto ao processo da terapia e seus benefícios.

Objetivos

Revisar as evidências presentes na bibliografia a respeito da eficácia da hipotermia terapêutica pós-parada cardiorrespiratória em ambiente extra-hospitalar, em relação a sobrevida e prevenção de sequelas neurológicas.

Delineamento e Métodos

O método utilizado foi revisão de literatura através das bases de dados PubMed e LILACS, a partir dos descritores “hipotermia”, “terapia”, “pós-parada cardiorrespiratória” e “ambiente extra-hospitalar”.

Resultados

Grande parte dos pacientes com RCE pós-PCR permanece com déficit neurológico. Isso ocorre pois o cérebro, um órgão nobre e muito sensível a baixa perfusão de oxigênio, tanto no período de ausência de circulação ou durante a reperfusão, sofre anoxia que culmina, principalmente, em danos secundário ou morte. O controle da temperatura, entre 32ºC e 36ºC, deve ser implementado o mais precocemente possível, em até 6 a 12h após o RCE, sendo mantida por um período de pelo menos 24h. São elegíveis a esse tratamento pacientes que permaneceram em PCR por menos de 60 minutos, independente do ritmo, e que após a RCE apresentam alterações neurológicas, coma ou Glasgow menor que 8. Ainda, não está definido o método ideal de alcançar a temperatura desejada, a qual sofre variação conforme condições específicas dos pacientes. Estudos também revelam regressão da eficácia do tratamento em pacientes com idade avançada, que apresentaram choque cardiogênico ou foram submetidos a tratamentos com altas doses de adrenalina.

Conclusões/Considerações finais

A TCT pós-PCR extra-hospitalar mostra-se eficaz na prevenção de lesões neurológicas graves, em função da otimização da perfusão cerebral, resultando em melhor prognóstico. Porém, ainda não foram completamente elucidados os métodos e as características específicas da terapia, o que gera dúvida quanto à eficácia e segurança para os pacientes submetidos ao tratamento.

Palavras-chave

Terapia do Controle de Temperatura (TCT); Parada Cardiorrespiratória (PCR); Retorno da Circulação Espontânea (RCE); Sequelas neurológicas; Ambiente extra-hospitalar.

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdades Pequeno Príncipe - Paraná - Brasil

Autores

Isabelle Bolfe, Nayara Douat Hannegraf, Renato Dalmagro, Priscilla Dal Pra Campos, Tatiana Rosa Ogata Nakagawa