15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

PERICARDITE PÓS VACINAÇÃO ANTI-INFLUENZA (H1N1): RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A forma mais comum de pericardite, a pericardite aguda idiopática, cuja etiologia mais provável é a infecciosa, é uma doença caracterizada por precordialgia contínua, agravada com a movimentação do tórax durante inspiração profunda ou tosse. O diagnóstico envolve a anamnese, associada a achados de atrito pericárdico na ausculta cardíaca, alterações no ECG, como supradesnivelamento côncavo difuso do segmento ST e por infradesnivelamento do segmento PR e níveis elevados de proteína C reativa.

Objetivos

Relatar o caso raro de um paciente que desenvolveu pericardite consequente à vacinação contra o vírus Influenza.

Caso

Paciente J.C., sexo masculino, 53 anos, sem antecedentes mórbidos, realizou dose única de 0,5ml da vacina anti-influenza trivalente fragmentada e inativada, com combinação das cepas: A/Michigan/45/2015(H1N1)pdm09, A/Switzerland/8060/2017(H3N2) e B/Colorado/06/2017(linhagem B/Victoria/2/87), em 04/04/2018. Em 06/04/2018, J.C. apresentou efeitos adversos da vacinação, como febre, calafrios e mal-estar, os quais cessaram em menos de 24 horas sem uso de medicamentos. Em 16/4/2018, J.C. apresentou queixa de dor precordial contínua, durante 3 horas, de intensidade 6/10, ventilatório-dependente, sem sintomas associados e buscou atendimento em emergência de hospital de Canoas. No atendimento, a ausculta cardíaca constatou atrito pericárdico e o ECG apontou complexo QRS de baixa voltagem e supradesnivelamento côncavo difuso do segmento ST. Ante-histórico de vacinação recente e ausência de outras infecções, foi aventada a possibilidade de a etiologia ser vacinal, constatada como diagnóstico de exclusão, visto os resultados de hemograma sem sinais de leucocitose com desvio à esquerda, hemocultura negativa e sorologias (Influenza, Citomegalovírus, Epstein-Barr, HIV e Hepatites B e C) com resultados negativos.

Conclusões/Considerações finais

A pericardite reflete cerca de 5% dos atendimentos hospitalares por dor torácica, cuja etiologia isquêmica já tenha sido descartada. Por isso, as estratégias de vacinação contra o vírus Influenza são fundamentais para a saúde pública, dada a alta variabilidade antigênica e o alto índice de disseminação na comunidade. Entretanto, apesar de ser um efeito adverso raro, alguns casos de pericardite pós-vacinal já foram documentados, o que implica na necessidade de maior atenção por parte dos agentes de saúde na detecção dessa doença e no tratamento.

Palavras-chave

Pericardite
Vacinação
Efeitos adversos
Influenza

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade Luterana do Brasil - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Tales Barros Cassal Wandscheer, Guilherme Zamboni Villa, Maria Manuela Ritondale Sodré de Castro, Victor Viecceli Villarinho, Vitor Leonetti Corrêa