15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

NEFRITE LÚPICA CLASSE I MANIFESTANDO-SE COM SÍNDROME NEFRÓTICA

Introdução/Fundamentos

O envolvimento renal, caracterizado por deposição de complexo imune, inflamação e cicatrização dos glomérulos e interstício, ocorre em aproximadamente 60% dos pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES). Entretanto, a nefrite mesangial mínima (classe I) é rara de ser diagnosticada, devido a manifestação geralmente ser oligosintomática nessa fase.

Objetivos

O tema foi escolhido devido à discordância clínica e histopatológica do caso relatado. A paciente apresentava síndrome nefrótica clássica, sendo esperado na biópsia lesões mais avançadas, porém evidenciou- se nefrite mesangial mínima.

Caso

V.M, 37 anos, G2P1A1, com três episódios prévios de trombose venosa profunda em membros inferiores. Apresentou dor abdominal difusa, associado a naúseas, vômitos, diarreia e oligúria, iniciados sete dias antes de procurar atendimento médico. Negava febre ou perda de peso. Evoluiu com anasarca e hipertensão. Apresentou piora da função renal, proteinúria, hipercolesterolemia e hipoalbuminemia. Foi realizada extensa propedêutica para doenças autoimunes. Obteve- se FAN positivo (1/640), padrão pontilhado grosso, anti- DNA e anti- Sm negativos, com consumo de complemento. Assim, a paciente foi diagnosticada com LES, apresentando 5 dos 17 critérios de diagnóstico: proteinúria; alopecia; FAN positivo; serosite; e consumo de complemento. Optado por iniciar pulsoterapia com metilprednisona por três dias, seguido de prednisona (1 mg/kg/dia). Foi solicitada biópsia renal, sendo compatível com nefrite lúpica mesangial mínima. A paciente evoluiu com melhora importante da dor abdominal, da anasarca e houve retorno da diurese, sendo encaminhada ao ambulatório de nefrologia.

Conclusões/Considerações finais

Nos pacientes lúpicos, as doenças renais ocorrem principalmente por lesão glomerular, sendo a proliferativa difusa (classe IV) o diagnóstico histopatológico mais comum. No caso em questão, a biópsia revelou lesão mesangial mínima (classe I). Nesse estágio, os glomérulos são normais à microscopia de luz, mas a imunofluorescência e a microscopia eletrônica podem revelar depósitos imunes mesangiais. Os pacientes afetados geralmente têm urinálise e concentração sérica de creatinina normais, o que difere da paciente relatada. Nesse caso pode-se fazer diagnóstico diferencial com podocitopatia lúpica, porém esse diagnóstico não foi definido pois a biópsia não foi submetida à microscopia eletrônica.

Palavras-chave

Nefrite lupica, nefrite mesangial mínima, nefrite classe I

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Santa Rita - Minas Gerais - Brasil

Autores

Priscila Isa de Resende, Márcia Cristina Almeida Soares, Layla Fayne Nogueira Pereira, Leandro De Oliveira Costa, Ariel Augusto de Britto Rosa, Dinamara Valadares de Assis