Dados do Trabalho
Título
TUBERCULOSE PULMONAR RESISTENTE A RIFAMPICINA: RELATO DE CASO
Introdução/Fundamentos
Introdução: a tuberculose (TB) é uma doença infecciosa transmissível causada pelo bacilo Mycobacterium Tuberculosis e representa uma das principais etiologias de mortalidade no mundo. Apesar da efetividade dos fármacos empregados em seu tratamento, em 2017, no Brasil, cerca de 26,3% dos casos detectados apresentaram algum tipo de resistência aos antibióticos, constituindo importante desafio de saúde pública.
Objetivos
Objetivo: descrever a investigação clinico-laboratorial de uma paciente portadora de TB resistente à rifampicina (TB-RR) e discutir as implicações sobre o diagnóstico e tratamento empregado.
Caso
Descrição do caso: mulher, 44 anos, não tabagista, HIV negativa, diabetes melito tipo 1, apresenta queda do estado geral, tosse com expectoração esverdeada sem conteúdo hemoptoico, dispneia e perda ponderal significativa. Refere ter concluído tratamento para TB com esquema combinado de rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol (RHZE), há um ano. Internação, há seis meses, para realização de broncoscopia flexível (BF), na qual evidenciou-se volumosa secreção purulenta oriunda de brônquio lobar superior esquerdo. Apesar de lavado broncoalveolar e biopsia transbrônquica negativos para micobactérias, reiniciado esquema terapêutico RHZE. Neste período, refere interrupção do tratamento duas vezes. Ao exame: regular estado geral, emagrecida, febril: 39.3ºC, eupneica, saturação O2: 92% em ar ambiente, murmúrio vesicular difusamente diminuído com presença de estertores crepitantes bibasais. Aventado o diagnóstico de TB drogarresistente, iniciado moxifloxacino empírico intravenoso e solicitado teste rápido molecular (TRM), contudo sem sucesso para coleta de escarro, mesmo após indução. No quinto dia de internação apresentou melhora significativa, mantendo-se afebril e eupneica. Recebeu alta com moxifloxacino e amicacina pelo home-care, O2 domiciliar e agendada nova broncoscopia ambulatorial na próxima semana. TRM evidenciou resistência à rifampicina, sendo iniciado esquema terapêutico para TB multirresistente com resposta satisfatória.
Conclusões/Considerações finais
Conclusão: o reconhecimento de novas subpopulações microscópicas provocou o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas utilizando novas e antigas drogas tuberculostáticas. Variados padrões de resistência exigem diferentes abordagens de tratamento, com planejamento e intervenções de impacto baseados nos fatores de risco individuais do doente e nos determinantes sociais.
Palavras-chave
Mycobacterium tuberculosis; Tuberculose; Tuberculose resistente a múltiplas drogas;
Área
Clínica Médica
Instituições
Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR - Paraná - Brasil
Autores
Antonio Augusto Claudio Pereira, Nayara de Paula Passarin , Rebecca Dias Zaia, Naiene Gomes Gordo Stecca, Fernanda Sales Franco