15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

INTERVENÇÃO NO USO DE BENZODIAZEÍNICOS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE EM FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE PELOTAS

Fundamentação/Introdução

Os benzodiazepínicos (BZD) são fármacos usados no controle de transtornos ansiosos, tendo ação hipnótica; amnéstica; anticonvulsivante e relaxante muscular. Vêm se tornado a classe de medicamentos mais vendidos no mundo, tendo o clonazepam ocupado o 9º lugar entre os 100 fármacos mais vendidos no Brasil. Efeitos colaterais do seu uso prolongado incluem risco de queda, distúrbios de memória, sedação durante o dia e, ainda, tolerância e dependência. Apesar de serem amplamente prescritos para o tratamento de insônia crônica, sabe-se que o uso de benzodiazepínicos para tratamento da insônia tem eficácia reduzida após quatro semanas de uso.

Objetivos

Avaliar a prevalência do uso de BZD em uma Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município de Pelotas e internalizar um protocolo para retirada da medicação.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal prospectivo. Foram entrevistados 400 pacientes, maiores de 18 anos, abordados durantes as consultas ou na recepção na unidade.

Resultados

A prevalência de usuários de benzodiazepínicos em tal ESF do município de Pelotas foi de 25,8% e, destes, 20,8% faziam uso diariamente da medicação. Cerca de 14,8% usaram mais de um tipo de benzodiazepínico. O tipo mais usado pelos pacientes foi o diazepam, composto por 10,8% da amostra total. Os médicos que mais prescreveram esses medicamentos foram os médicos da ESF (14,3%). Os usuários crônicos (21,8%) acreditavam que o uso diário dessa medicação poderia viciar. Também ficou evidente que a baixa escolaridade (81,6%) e menores rendas (60,2%) estão mais atreladas ao maior uso de benzodiazepínicos.

Conclusões/Considerações finais

A utilização de BZD para tratamento da insônia deve ser por curto tempo a fim de reduzir os riscos inerentes ao seu uso - sendo todos os pacientes em uso candidatos à retirada. Protocolos de retirada tendem a ser bastante variáveis, visto que estudos não mostram superioridade de uma estratégia em detrimento de outras. Sendo assim, optou-se por alterar a medicação daqueles que faziam uso de benzodiazepínicos de curta meia-vida há mais de quatro semanas para de longa meia-vida. Posteriormente, será reduzido, gradualmente, a dose pela metade a cada sete dias.

Palavras-chave

Benzodiazepínicos. Insônia Crônica. Protocolo de Retirada.

Área

Clínica Médica

Autores

Carolina Scherer Dornelles, Jéssica Fernanda Solenta, Carlos Alberto Pereira Coutinho, Janine Cagliari, Sandro Schreiber