15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

CROMOBLASTOMICOSE COM INFECÇÃO SECUNDÁRIA ASSOCIADA À OSTEOMIELITE POR PROTEUS MIRABILIS: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A cromoblastomicose é uma infecção crônica, granulomatosa e supurativa, que acomete epiderme, derme e subcutâneo. Causada pela implantação traumática de fungos demáceos da família Herpotrichiellaceae, ocasiona lesões verrucosas, nodulares, tumorais, em placas e atróficas. Caracterizada por ser uma patologia ocupacional com predominância nas regiões tropicais e subtropicais e atinge, principalmente, trabalhadores da zona rural do gênero masculino. A micose ainda é um desafio terapêutico devido às frequentes recidivas das lesões e o potencial em causar infecções secundárias.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente com evolução crônica de cromoblastomicose há 25 anos, associado à osteomielite bacteriana que culminou com amputação do membro acometido.

Caso

Paciente, sexo masculino, 59 anos, pardo, casado, agricultor, natural e procedente do estado de Rondônia. Em acompanhamento no serviço de infectologia com diagnóstico de cromoblastomicose há 25 anos e osteomielite secundária há cerca de 7 anos. Ao exame físico observaram-se lesões em membro inferior esquerdo, ulceradas, drenando débito purulento; formando massas tumorais lobuladas, de superfície vegetante, recobertas por ponteados negros e crostas acinzentadas; de larga extensão, que ascendiam irregularmente ao longo do membro até a tuberosidade da tíbia. Previamente teve insucesso nos tratamentos com gentamicina 200mg EV, amicacina 250mg EV, Itraconazol 450mg/dia, sulfametexazol-trimetropim 400/80mg, ciprofloxacino 500mg e clindamicina 300mg. Após a avaliação de equipe multidisciplinar, cultura e biópsia de fragmento ósseo; com resultado positivo para Proteus mirabilis, microrganismo com característica de multirresistência; o paciente foi submetido à amputação transtibial à esquerda, consequência de falhas terapêuticas empíricas sequenciais, associada a significativa perda de ossos do tarso e metatarsos do pé esquerdo.

Conclusões/Considerações finais

É nítido, portanto, que a cromoblastomicose ainda constitui desafio terapêutico, destacando-se atualmente exérese cirúrgica de pequenas lesões e tratamento medicamentoso. Porém, nenhum deles tem sido associado com resultados consistentes o suficiente para serem considerados de escolha. Nesse sentido, torna-se importante o conhecimento médico das terapias vigentes para uma efetiva escolha do tratamento que melhor enquadra-se ao paciente.

Palavras-chave

OSTEOMIELITE; INFECTOLOGIA; CROMOBLASTOMICOSE;

Área

Clínica Médica

Instituições

FACIMED - Rondônia - Brasil, HOSPITAL REGIONAL DE CACOAL - Rondônia - Brasil

Autores

Ketlin Batista de Morais Mendes, Lorena Castoldi Tavares, Joanny Dantas de Almeida, Elessandra Maria Silvestro, Ana Carolina de Almeida Queiroz, Bárbara Silvestre Vicentim