15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

COLANGITE ESCLEROSANTE PRIMÁRIA EM HOSPITAL DA AMAZÔNIA OCIDENTAL: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A Colangite Esclerosante Primária (CEP) é uma entidade rara das vias biliares definida pela inflamação e fibrose permanente e progressiva do sistema biliar. A etiologia não é totalmente esclarecida, porém, há associação com Retocolite Ulcerativa (RCU) em até 80% dos casos e é fator de risco para colangiocarcinoma. Acomete principalmente homens e as manifestações são insidiosas como hepatoesplenomegalia, dor abdominal, prurido e icterícia, podendo evoluir para cirrose. O tratamento é voltado para o controle dos sintomas, não evitando a progressão da doença e 40% dos casos precisarão do transplante hepático.

Objetivos

Relatar caso de CEP e correlacionar com a literatura existente.

Caso

HMAF, 57 anos, masculino, pardo, portador de RCU há 3 anos. Apresentou quadro insidioso e progressivo de perda ponderal expressiva, associado a diarreia, icterícia, ascite e hematêmese, quando foi hospitalizado e submetido a estudo endoscópico, que evidenciou varizes esofagianas. Clinicamente apresentava estigmas de hepatopatia crônica com estadiamento CHILD B e MELD 10, sorologias e história pessoal negativas para cirrose secundária. Devido perfil laboratorial de icterícia colestática, foi realizada colangiorressonância que demonstrou dilatação difusa e acentuada de vias biliares intra e extra hepáticas, com imagens nodulares alongadas em seu interior, sugestivo de CEP, além de imagem captante no colédoco indicativo de colangiocarcinoma. Foram realizadas duas tentativas de Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica sem sucesso devido importante estreitamento do bulbo duodenal, impedindo progressão do aparelho. Optou-se por dilatação da região com balão hidrostático semanalmente associada ao uso de ácido ursodesoxicólico (AUDC). O paciente seguiu estável clinicamente, porém ainda apresentava quadro de colestase progressiva e foi encaminhado para serviço de referência na região sudeste para prosseguimento terapêutico com transplante hepático.

Conclusões/Considerações finais

CEP é uma causa rara de cirrose hepática, fortemente associada à RCU, sendo o colangiocarcinoma uma complicação presente em 10-15% dos pacientes, normalmente naqueles com quadro mais grave. Por isso, a CEP deve ser diagnosticada em sua fase inicial, para melhora da qualidade de vida com o uso da dilatação endoscópica e o AUDC, tendo esse último, um importante efeito protetor contra displasias em portadores de RCU. O tratamento definitivo dá-se com transplante hepático, indicado em casos graves.

Palavras-chave

Colangite esclerosante primária, retocolite ulcerativa, icterícia colestática, colangiocarcinoma

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário São Lucas - Rondônia - Brasil, Hospital Santa Marcelina - Rondônia - Brasil

Autores

Milena Stephanie Matos Alves, Amanda Leite Freitas, Mônica Beatriz Oliveira Simiema, Joilton Dantas Siqueira Silva, Guilherme Luiz Castiel Erse