15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ÚLCERA DE MARJOLIN EM REGIÃO DORSAL ASSOCIADO A CARCINOMA ESPINOCELULAR: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A úlcera de Marjolin (UM) é um tumor maligno de pele, agressivo, raro, originado sob a superfície de cicatrizes, em especial, em queimaduras. Sua incidência encontra-se em torno de 1-2% em cicatrizes de queimadura, podendo ainda se desenvolver sob tecidos previamente traumatizados por outras cicatrizes como pós-traumáticas, úlceras de pressão, fístulas crônicas e etc. Os membros inferiores são acometidos em até 58% dos casos, seguido do couro cabeludo e face, com 30%. O tronco apresenta comumente apenas 10% das lesões. A apresentação histológica geralmente associada é o carcinoma espinocelular (CEC), seguido do carcinoma basocelular (CBC). Devido a agressividade, o diagnóstico e abordagem terapêutica precoce aumentam as chances de um prognóstico favorável.

Objetivos

Relatar um caso de úlcera de marjolin, enfatizando a importância da prevenção e diagnóstico precoce para instituição de terapêutica adequada através de um caso clínico real.

Caso

Paciente feminina, 47 anos, chega a consulta ambulatorial com história de queimadura em região dorsal há alguns anos, evoluindo com úlcera em mesma localização, próximo a nádega, à esquerda, indolor, de evolução há cerca de um ano, com cerca de 4 cm de diâmetro, fundo granuloso, bordas regulares, elevadas, sem sinais de infecção local, com envolvimento de componente ósseo. Realizado anatomopatológico evidenciando lesão nodular com células fusiformes, delgadas, com moderado pleomorfismo nuclear. Imuno-histoquímica com resultado compatível com carcinoma escamoso de células fusiformes ulcerado. As culturas do material retirado foram negativas para crescimento de bactérias e fungos. A paciente foi encaminhada para análise e acompanhamento da cirurgia oncológica, com posterior programação de excisão cirúrgica da lesão com ampliação de margens (2 cm além da lesão) e implantação de enxertos de pele.

Conclusões/Considerações finais

A Úlcera de Marjolin é uma complicação prevenível, em sua maioria relacionada a queimaduras antigas, cujo mecanismo fisiopatológico ainda é pouco conhecido. A prevenção principal deve ser feita através do tratamento de cicatrizes na primeira abordagem com excisão e enxerto de pele, bem como advertir os pacientes para evitar lesões traumáticas sob as cicatrizes. Além disso, é importante o acompanhamento do paciente com consultas periódicas e orientações.

Palavras-chave

Carcinoma espinocelular. Queimadura. Úlcera de Marjolin.

Área

Clínica Médica

Autores

Macilon Nonato Irene, Tássylla Caroline Ferreira Pereira, Hanna Paula Carolayne Ferreira Pereira, Patrick Nunes Brito, Brenda Nunes Brito, Winnye Marques Ferreira