15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Diagnóstico de doença linfoproliferativa em paciente recém transplantado renal: Relato de Caso

Introdução/Fundamentos

Pacientes submetidos a transplante renal apresentam risco aumentado de desenvolver uma série de neoplasias em relação à população em geral. Dentre essas, cabe destacar a ocorrência de linfomas, que tende a se correlacionar com intensidade e tipo de imunossupressão, bem como o tempo de transplante. Sendo assim, a ocorrência da doença em menos de 1 ano após o recebimento do enxerto constitui-se na minoria dos casos.

Objetivos

Relatar caso de paciente transplantado renal com incidência precoce de linfoma não Hodkin de grandes células B.

Caso

Paciente masculino, 51 anos, transplantado renal com doador falecido em 15 de agosto de 2016 no Hospital das Clínicas da FMRP USP foi internado em Outubro de 2017 com icterícia, epigastralgia e dor abdominal em faixa iniciada há 2 meses, além de sudorese noturna e perda de 5kgs no período. Negava outros sintomas. Paciente estava em uso diário de tacrolimus 8mg, micofenolato 720mg e prednisona 5mg. Paciente sem outras comorbidades. Meses antes havia sido submetido a correção cirúrgica de estenose de arteria renal. Diante dos sintomas apresentados durante a nova admissão iniciaram investigação com realização de US que evidenciou nódulo hepático com indicação de ressonância para definição diagnóstica. Com achado de RNM de nódulo medindo 11,8 x 8,4 cm envolvendo veia porta e supra-hepáticas, além de dilatação importante de vias biliares foi submetido a realização de biópsia da lesão, com suspeita de carcinoma hepático. Com a realização da biópsia de nódulo e após testes para marcadores específicos, constatou-se um linfoma difuso de grandes células B, tipo célula B ativada compatível com quadro morfológico e imuno-histoquímico de desordem linfoproliferativa pós-transplante. Paciente foi encaminhado para seguimento com a equipe de Hematologia. Inicialmente, optaram por transicionar o esquema de imunossupressão para Sirolimo 2mg, além de iniciar tratamento específico para o tumor com Rituximab. Após, apresentou boa resposta com regressão da lesão tumoral e manutenção de função renal em níveis adequados.

Conclusões/Considerações finais

Dessa maneira, deve-se estar atento à possibilidade de ocorrência precoce de neoplasia em paciente transplantados e imunossupressos. Cabe-se destacar a possibilidade de linfomas acometendo diferentes órgãos e, por isso, contribuindo para um quadro clínico de difícil diagnóstico. Logo, não se deve menosprezar achados de exames e quadro apresentado pelo paciente, haja vista se tratar de uma população em que a chance de complicações é aumentada.

Palavras-chave

Nefrologia; Transplante Renal; Imunossupressão; Linfoma não Hodkin

Área

Clínica Médica

Autores

Nicolle Victória Costa ANDRADE, Tânia Marisa PISI