15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Mal dos caixões ou trombose venosa profunda? A importância da propedêutica armada na definição etiologica

Introdução/Fundamentos

Tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma condição de elevada morbi-mortalidade e é a complicação aguda mais comum da trombose venosa profunda (TVP). Uma das possíveis causas da TEP é a doença descompressiva, também conhecida como mal dos caixões. O mergulho e o ambiente subaquático implicam alterações fisiológicas que desencadeiam níveis de estresse diferentes dos encontrados à superfície. Durante o mergulho, o nitrogênio dissolve-se nos tecidos devido a pressão elevada embaixo d’água. Durante uma súbita queda da pressão, devido ao retorno rápido da superfície, um embolismo arterial pode se formar devido ao barotrauma pulmonar. Numa fase tardia, bolhas de nitrogênio podem chegar a circulação venosa causando a doença descompressiva. A investigação diagnóstica para pacientes com doença descompressiva é variável e inclui estudos com ultra-som (US) Doppler de membro inferior para excluir TVP como uma fonte potencial para êmbolos.

Objetivos

O objetivo do presente relato é apresentar um caso de um paciente que após mergulho e interrupção do medicamento apresentou TEP de etiologia questionável.

Caso

R. C. K., sexo masculino, 53 anos, há 2 anos sofreu acidente automobilístico e teve perfuração das costelas, pneumotórax e realizou toracotomia. Um mês após a cirurgia, apresentou trombose venosa profunda bilateral. Iniciou a medicação Rivaroxabana 10mg/dia. Após um ano, paciente decidiu parar por conta própria o remédio. Paciente veio ao consultório com queixa de dispneia intensa, chiado no peito, dor torácica e tosse seca há uma semana, que iniciou-se após paciente realizar mergulho e a hipótese diagnóstica foi tromboembolismo pulmonar. Após US Doppler venoso de membro inferior esquerdo mostrar trombo ecogênico em veia femoral superficial com extensão para veia poplítea, com sinais de recanalização, foi realizada trombólise e paciente evoluiu sem intercorrências.
Ecocardiograma mostrou Fração de ejeção de 32%. Hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo de grau moderado, valva aórtica com estenose moderada. Fração de encurtamento de 15,5%.
Gasometria arterial: PaCO₂ 33 pH 7,46 PaO₂ 72, HCO₃ 22,8, Sat O₂ 95%, BE -9,3
Dímero-D reagent 1:2

Conclusões/Considerações finais

O fator determinante para a conduta do caso apresentado foi a descoberta da etiologia por meio do US com Doppler que afastou a hipótese de doença descompressiva, o que permitiu o correto tratamento e evolução para prognóstico favorável.

Palavras-chave

Tromboembolia; Ultrassonografia Doppler; Terapêutica

Área

Clínica Médica

Autores

ALINE PETERMANN CHOUEIRI MISKULIN, MILENNA PADOVANI, ANA CELIA GOLFETO, ROSANA GALLI ANTUNES, ANA LAURA GOLFETO DOS SANTOS, FABRICIO PETERMANN CHOUEIRI MISKULIN