Dados do Trabalho
Título
MORTALIDADE PÓS-INFARTO DO MIOCÁRDIO: EXISTE DIFERENÇA ENTRE OS GÊNEROS? DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DE CURITIBA
Fundamentação/Introdução
As doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morbimortalidade em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Essa estatística parece estar diminuindo apenas entre os homens, enquanto aumenta para as mulheres. Estudos sugerem que mulheres hospitalizadas com infarto agudo do miocárdio (IAM) apresentam maior mortalidade a curto prazo quando comparadas aos os homens. Idade mais avançada, comorbidades mais frequentes e manejo menos agressivo são algumas das razões aventadas que podem contribuir para o pior prognóstico.
Objetivos
Comparar a evolução clínica no período pós-infarto do miocárdio entre os gêneros masculino e feminino na cidade de Curitiba, entre 2008 e 2015.
Delineamento e Métodos
O estudo coorte retrospectivo foi desenvolvido a partir de dados retirados das bases eletrônicas da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba (SMS) e do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). A amostra foi composta de indivíduos internados pelo SUS na cidade de Curitiba por infarto agudo do miocárdio (identificados pelo código internacional de doenças) entre os anos de 2008 e 2015. Foram removidos os pacientes com dados duplicados de internamento, idade inferior a 18 anos, residência fora da cidade de Curitiba e dados de óbito fora do SIM.
Resultados
A análise univariada demonstrou que existe diferença estatística entre a mortalidade de homens e mulheres no período pós-IAM a curto e longo prazo. Por outro lado, a análise multivariada evidenciou que as mulheres, quando comparadas aos homens de mesma idade, não possuem maior mortalidade. A única exceção ocorreu na faixa etária específica entre 45 e 54,9 anos, em que o gênero feminino apresentou maior mortalidade. A idade média das mulheres no óbito foi aproximadamente 5 anos maior que a dos homens, o que pode ter atuado como fator confusional na análise univariada.
Conclusões/Considerações finais
Homens e mulheres da mesma faixa etária não apresentaram diferença estatística na mortalidade pós-IAM, com exceção do grupo com idade entre 45 e 54,9 anos. Independente do gênero, o diagnóstico precoce e a instituição da terapêutica correta são essenciais para a melhora das taxas de mortalidade do IAM, sendo também de extrema importância reconhecer as diferenças entre os gêneros para estabelecer uma conduta adequada e individualizar o tratamento desses pacientes. Além disso, novos estudos devem ser realizados com o foco em outros dados multifatoriais.
Palavras-chave
Risco Cardiovascular; Mortalidade Cardiovascular; Infarto agudo do miocárdio
Área
Clínica Médica
Instituições
Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Paraná - Brasil
Autores
Eduardo Albanske Raboni, José Rocha Faria Neto