15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Leishmaniose tegumentar americana mucosa em idoso com comorbidades: relato de caso em um município da Amazônia Ocidental

Introdução/Fundamentos

A leishmaniose é uma doença infecto-parasitária que acomete o homem, sendo causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania, atingindo pele e mucosas. Sua variação clínica na forma mucosa é prevalente na América do Sul, caracterizada por desenvolver lesões secundárias na região nasofaríngea, com obstrução nasal, perfuração de septo e destruição da cartilagem nasal.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente idoso, cardiopata e diabético, tratado com anfotericina B para leishmaniose mucosa.

Caso

Paciente masculino, 68 anos, pardo, agricultor, natural do estado da Paraíba e procedente de Cacoal-RO. Compareceu ao serviço de infectologia, queixando-se de “ferida manhosa, há 3 meses”. É hipertenso e diabético em uso regular de anti-hipertensivos e hipoglicemiantes. Ao exame físico, observou-se lesão de mucosa nasal em narina direita, eritematosa, com infiltração e fundo granuloso, de caráter úlcero-destrutiva, acometendo o septo nasal, próximo ao vestíbulo do nariz. Não foi evidenciada dor à palpação, débito e/ou lesão secundária. Na consulta apresentou biópsia da lesão, com resultado positivo para leishmaniose tegumentar americana. Também trouxe um eletrocardiograma, no qual foi identificado um bloqueio atrioventricular de 1º grau. Após avaliação, o paciente foi submetido à internação para uso parenteral de anfotericina B lipossomal com dose alvo de 4200 mg, evoluindo com desfecho favorável.

Conclusões/Considerações finais

É nítido, portanto, que conhecer o paciente e realizar o diagnóstico adequado são fundamentais para indicação do tratamento. Porquanto o paciente do caso possui mais de 50 anos de idade e é cardiopata, o antimoniato de meglumina deixa de ser a droga de escolha, dando lugar à anfotericina B. Todavia, sabe-se dos importantes efeitos colaterais deste fármaco, o que pode exigir internação para sua correta administração e acompanhamento dos parâmetros clínicos e laboratoriais, a fim de que iatrogenias sejam evitadas, levando à descompensação da condição do paciente e aumentando o tempo de internação. Nesse sentindo, o conhecimento do médico das terapias vigentes e seus efeitos é pedra angular para o sucesso do tratamento.

Palavras-chave

Leishmaniose Tegumentar Americana; Infectologia; Infecção parasitária;

Área

Clínica Médica

Autores

KETLIN BATISTA DE MORAIS MENDES, JOANNY DANTAS DE ALMEIDA, MATHEUS VIEIRA SANTOS, FELIPE BETTERO MENDES DO VALLE, LORENA CASTOLDI TAVARES, BARBARA SILVESTRE VICENTIM