15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA DE TABAGISMO EM PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Fundamentação/Introdução

INTRODUÇÃO: O uso do tabaco é o principal fator de risco para morte modificável no mundo e, segundo a Organização Mundial da Saúde, é responsável por mais de sete milhões de mortes/ano sendo considerado uma epidemia, sobretudo nos países de média e baixa renda.

Objetivos

OBJETIVOS: Demonstrar a prevalência de tabagismo e suas consequências em pacientes internados em unidade de enfermaria clínica de um hospital universitário.

Delineamento e Métodos

DELINEAMENTO E MÉTODOS: Estudo transversal com coleta prospectiva de dados. Foram incluídos todos os pacientes internados em unidade de enfermaria clínica de um hospital universitário de médio porte do interior do Rio Grande do Sul entre 28 de maio e 28 de junho de 2019. Foi aplicado um questionário desenvolvido pelos pesquisadores que incluía dados pessoais e sociais, história tabágica, sintomatologia e doenças tabaco-relacionadas. Pacientes tabagistas e ex-tabagistas foram comparados aos não tabagistas.

Resultados

RESULTADOS: A amostra incluiu 165 pacientes, 74 (44,8%) do sexo feminino. 36 pacientes (21,8%) eram tabagistas, 50 (30,3%) ex-tabagistas e 77 (46,7%) não tabagistas. A idade média foi 56,8 ± 18,4 anos. Entre tabagistas e ex-tabagistas, o índice tabágico médio foi 37,1 ± 36,4 maços-ano. Entre tabagistas e ex-tabagistas, bronquite crônica (33,7% vs 18,2%; p=0,025) e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) (15,1% vs 0,0%; p<0,001) foram mais comuns em comparação a não tabagistas. Foi encontrada diferença marginal em favor do grupo tabagistas e ex-tabagistas quanto a realização prévia de espirometria (41,2% vs 27,6%; p=0,072), ter coabitante tabagista no domicílio (36,0% vs 24,7%; p=0,116) e possuir familiar de primeiro grau com história de tabagismo (81,4% vs 71,4%; p=0,133). Não houve diferença estatística nos demais parâmetros avaliados (dispneia aos esforços, cardiopatia isquêmica, doença cerebrovascular, doença arterial periférica e neoplasia de qualquer natureza).

Conclusões/Considerações finais

CONCLUSÕES: O estudo mostrou a alta prevalência do uso do tabaco entre pacientes internados e sua relação direta com a principal doença tabaco-relacionada, a DPOC, e um de seus espectros fenotípicos, a bronquite crônica. Também demonstrou a subutilização da espirometria, mesmo em pacientes com histórico tabágico. Cogita-se que não foi encontrada diferença com relação a outras doenças tabaco-relacionadas por não ser esse o único fator de risco para tais patologias. Ações para reduzir o tabagismo ainda são fundamentais e merecem especial atenção de políticas públicas de saúde.

Palavras-chave

Tabagismo; Prevalência; Doenças tabaco-relacionadas.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Daiane Mattje Rodrigues, Tamires Macedo da Silva, Eliza Noêmia Alves Koch, Alice de Moura Vogt, Rui Gustavo Paulus Nenê Dorneles