15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DE FATORES HEMODINÂMICOS NO MOMENTO DO TRANSPLANTE RENAL – INFLUÊNCIA NO PROGNÓSTICO DO RECEPTOR

Fundamentação/Introdução

O Transplante Renal é o estágio final do tratamento do paciente com Doença Renal Crônica (DRC). Devido às enormes filas para o transplante, há necessidade de reduzir as taxas de perda de enxerto e aumentar a vida útil da peça. A Função Retardada do Enxerto (FRE), considerada como a necessidade de hemodiálise na primeira semana após o transplante, é um dos principais definidores de prognóstico do pós cirúrgico. Dentro desse contexto, esta pesquisa avalia a pressão arterial para correlacioná-la com o desenvolvimento da FRE e seu impacto no pós-operatório.

Objetivos

Determinar valores hemodinâmicos ideias intraoperatórios, com foco na pressão arterial média para redução de FRE e maior sucesso nos transplantes renais.

Delineamento e Métodos

O estudo é um coorte retrospectivo unicêntrico. Coletou-se dados dos prontuários de 153 pacientes, maiores de 18 anos, de ambos os sexos que passaram por transplante renal entre janeiro de 2015 e dezembro de 2016 em um Hospital Universitário de Curitiba. Os dados foram analisados pelas plataformas graphpad e winpepi.

Resultados

Na amostra 60% evidenciaram FRE, sendo que esses apresentaram maior delta de pressão arterial (Δ =35) do que os que não tiveram FRE (Δ =32). Além disso, foi observado que entre os pacientes que registraram 40% ou mais de variação de pressão arterial no perioperatório apenas 12% tiveram uma taxa de filtração glomerular (TFG) maior que 60 ml/min 1 ano após o procedimento. Em contra partida, dos com variação de pressão menor que 40%, 44% após 1 ano registraram TFG maior que 60 ml/min. Em se tratando da TFG calculada pelo CKD EPI, maior variação de pressão arterial intraoperatóriono resultou no pós transplante imediato melhor resultado (p = 0,517). Porém, com o decorrer do tempo esses resultados foram se alterando. No pós cirúrgico de 3 meses, a menor alteração de pressão mostrou-se com TFG mais elevado (p= 0,057). Por fim, um ano após o transplante, os com variação de pressão maior ou igual a 40% continuavam com melhores resultados de TFG (p= 0,076).

Conclusões/Considerações finais

Muitas variáveis influenciam o desfecho de um transplante. A análise apenas da pressão somada à reduzida amostra pode ter sido causa dos resultados estatisticamente não significativos. Contudo, o valor de p se aproxima de 0,05 aos 3 meses e 1 ano pós cirurgia. Assim, acredita-se que pesquisas com n maior evidenciariam a influencia da pressão arterial e suas alteração durante a cirurgia para o desfecho dos transplantes renais.

Palavras-chave

transplante renal; doença renal crônica; função retardada do enxerto; nefrologia; transplante

Área

Clínica Médica

Autores

Itamara Danucalov, Gabriela Panke Guimarães, Gustavo Henrique Araujo Cunico, Bianca Aparecida de Araujo, Laura Piccoli Silva Granero, Sabrina Hauer Vargas