15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Fatores de risco para Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica em pacientes com Doença Inflamatória Intestinal de ambulatório especializado

Fundamentação/Introdução

As patologias do grupo de Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), representada pela Doença de Crohn (DC) e pela Retocolite Ulcerativa (RCU), são doenças inflamatórias crônicas do trato gastrointestinal com etiopatogenia que envolve fatores genéticos, dietéticos e ambientais culminando em alterações na microbiota local e consequente lesão intestinal. Comumente essas patologias apresentam manifestações extra intestinais. Dentre essas ocorrências, a Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA) tem se feito prevalente. Essa patologia se caracteriza por infiltração gordurosa do fígado, com risco de evolução para cirrose hepática e carcinoma hepatocelular, patologias de alta morbimortalidade. Alguns dos fatores de risco associados ao desenvolvimento de DHGNA são: idade, obesidade, hiperinsulinemia, hipertensão arterial, dislipidemia e demais componentes da síndrome metabólica.

Objetivos

Identificar fatores de risco para o desenvolvimento de DHGNA em pacientes com DII atendidos em ambulatório especializado.

Delineamento e Métodos

Estudo epidemiológico observacional comparativo e quantitativo. Amostra consistiu em análise de prontuário de pacientes em acompanhamento médico em ambulatório especializado. A partir desse montante foram divididos dois grupos, um representando os pacientes cuja USG apontou presença de esteatose hepática e outro representando os pacientes cujo exame não demonstrou tal achado. Em seguida, foram analisados quais fatores foram mais prevalentes em cada grupo, dentre as variáveis escolhidas para estudo (gênero, idade, Hipertensão Arterial Sistêmica - HAS, Índice de Massa Corporal – IMC, glicemia de jejum, perfil lipídico, tempo de diagnóstico da DII, atividade da doença, classificação e terapêutica utilizada).

Resultados

Vinte e três pacientes contemplaram os critérios de inclusão para o estudo. Observou-se que os pacientes que desenvolveram DHGNA possuíam idade média de 62,4 anos, enquanto o grupo sem esteatose teve uma média de idade de 48,6 anos. Já no que diz respeito ao IMC, o grupo com esteatose hepática teve um IMC médio de 31,6 kg/m², enquanto no grupo sem esse achado a média do IMC foi de 25,5 kg/m². Por fim, quanto ao nível de triglicerídeos, foi observado uma média de 216,2 mg/dl no grupo de pacientes que desenvolveram DHGNA, e de 90,2 mg/dl no grupo sem esteatose hepática.

Conclusões/Considerações finais

Corroborando com os dados encontrados em literatura, dentre os pacientes com DII, o grupo que desenvolveu DHGNA teve idade mais avançada, maior IMC, e maior nível de triglicerídeos.

Palavras-chave

Doença de Crohn; Retocolite Ulcerativa; Esteatose Hepática; Fator de risco.

Área

Clínica Médica

Autores

Dora Carolina Diedrich Saldanha, Isadora Nichele Savi, Munique Kurtz Melo