15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Relato de caso: Lúpus eritematoso sistêmico - abertura do quadro com serosite

Introdução/Fundamentos

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune. Sua progressão pode ser insidiosa ou rápida. A doença afeta diversos sistemas do corpo humano e tem como sinal característico a presença de rash malar em asa de borboleta, porém o mesmo pode não estar presente no paciente.

Objetivos

Tem como objetivo mostrar que o quadro do LES pode não se apresentar da forma clássica e da necessidade de um rastreio adequado com história clínica bem detalhada e exames laboratoriais para o diagnóstico e início precoce do tratamento.

Caso

Paciente relata que há seis meses apresentou quadro de dor lombar associada a náusea e vômito refratária ao uso de escopolamina venosa e analgésicos para melhora da dor. Na semana que antecedeu a internação hospitalar evoluiu com febre, cefaleia intensa, dispneia, piora das náuseas e vômitos. Ultrassonografia de abdome total com presença de nefrolitíase à esquerda e Giordano presente no mesmo lado do cálculo. A hipótese diagnóstica de pielonefrite foi sugerida. Nos primeiros dias da internação apresentou elevação das escórias nitrogenadas, leucocitose e trombocitopenia. Ausência de artralgia. Ecocardiograma com discreta hipertrofia de ventrículo esquerdo, aumento leve de átrio direito, alterações degenerativas em valvas aórtica e mitral, derrame pericárdico moderado a acentuado, sem sinais de restrição diastólica ou tamponamento cardíaco. Tomografia computadorizada de abdome com presença de derrame pleural bilateral, derrame pericárdio, presença de líquido livre na região pélvica. Inversão da relação globulina/albumina. Durante a internação a paciente apresentou quadro de pneumonia sendo tratada com Meropenem. Após resolução da pneumonia começou-se a investigar LES. FAN 1/640 nuclear homogêneo, Anti-DNA nativo reagente 1/160, reticulócitos 2,35%, complementos C3 e C4 diminuídos e proteinúria de 24hrs igual a 602mg. Após tratamento com hidroxicloroquina e prednisona a paciente apresentou melhora do quadro e dos exames laboratoriais.

Conclusões/Considerações finais

O LES pode se apresentar de diversas formas e um diagnóstico precoce pode melhorar a qualidade de vida do paciente e evitar possíveis sequelas, como insuficiência renal rapidamente progressiva, lesão cerebral, hepática, cardíaca e/ou pulmonar.

Palavras-chave

Lúpus eritematoso sistêmico; Serosite; Hidroxicloroquina; Doença crônica

Área

Clínica Médica

Autores

Luiza Lima Oliveira, Roberto Navarro Rocha Filho, Júlia Carrara Vieira, Valério Hipólito, Priscilla Rodrigues Saggioro, Antônio Carlos Jacob